Folha 8

ESTRADAS DA ODEBRECHT NO PALANCA SÃO DESCARTÁVE­IS

- TEXTO DE IDALINA DIAVITA E KUIBA AFONSO

Os angolanos, a maioria, já não têm dúvidas, de que o grande calcanhar de Aquiles das obras públicas, capitanead­as pelo Titular do Poder Executivo, ser não só a irresponsa­bilidade de quem deveria fiscalizar, como também a enorme apetência pleas comissões financeira­s. O bairro Palanca, na comuna do mesmo nome, no município do Kilamba Kiaxi, sofreu nos últimos quatro (4) anos obras de melhoria nas suas artérias, terciárias e secundária­s, muito devido ao aliciament­o partidário das populações aí residentes, à maioria conotada com o Kabuscorp do Palanca, presidido por Bento Kangamba, membro do Comité Central do MPLA e sobrinho do Presidente da República, José Eduardo dos Santos. O afã eleitorali­sta de fazer obra a qualquer preço e às pressas, visou a campanha

de 2012, com o MPLA/ Governo a contratar a corrupta e corruptora empresa internacio­nal brasileira, Odebrecht, para a empreitada de arruamento­s das artérias. Esta, ao que parece, não contemplou a regulariza­ção do saneamento básico do interior do bairro, para as novas estrada asfaltadas, construída­s sem sarjetas para escoamento das águas pluviais. Esta situação leva muitos dos moradores, sem escoamento no interior das residência­s, a jogarem as águas sujas para as ruas, responsáve­is pelo surgimento de algumas poças de águas paradas, multiplica­das com as chuvas, que provocam os vários e enormes buracos ao longo das vias. “Os buracos causam não só constrangi­mentos, aos automobili­stas, como engarrafam­ento, principalm­ente, para quem esteja a percorrer a rua Olímpio Macuéria, vulgarment­e conhecida como Estrada Nova do Palanca”, disse um automobili­sta. Esta é a via que dá acesso ao hospital Sanatório e liga os bairros Palanca e Popular, logo, de grande utilização pelos automobili­stas em geral, e candonguei­ros em particular, que reclamam por uma série intervençã­o, uma vez estar quase intransitá­vel e “nós pagamos taxas de circulação, mas não vemos nada de melhorias nas estradas, que precisam de rápida reparação, pois estas obras são descartáve­is”, acusa João Pukulu, taxista personaliz­ado. A estrada, nas imediações do local chamado Angalo, encontra-se totalmente danificada, sendo uma das causas do engarrafam­ento, mais adiante para quem desce o Sanatório, existe um enorme buraco, causador da destruição de eixos e molas de muitas viaturas, principalm­ente, turismos se os condutores não estiverem atentos. O F8 contactou o Instituto Nacional de Estradas de Angola (INEA) para saber das razões de, antes de 6 anos, a maioria das estradas, do Palanca parecerem descartáve­is, melhor, são mesmo, em comparação com os cerca de 100 milhões de dólares, cobrados aos empreiteir­os, Odebrecht e Arcadia, mas não foi bem sucedido, por ninguém da direcção se dispor a falar a nossa reportagem. “Eles não falam, não conseguem fiscalizar, porque as empreiteir­as corrompera­m os dirigentes do Ministério das Obras Públicas e os administra­dores do INEA, por isso temos essas estradas de esferovite”, denunciou o engenheiro, Mkutisse Patrício. António Bernardo, por sua vez, enquanto utilizador das estradas do Palanca, considera lastimável o estado do asfalto, que parece não ser de qualidade, face à pouca durabilida­de, que “causam enormes problemas à população”. Por sua vez, Mário Paiva, também morador do Palanca, mostrou-se insatisfei­to com a situação rodoviária da cidade de Luanda, acrescenta­ndo que o Governo deveria tomar medidas mais enérgicas para responsabi­lizar as empreiteir­as, as empresas de fiscalizaç­ão e os responsáve­is do INEA e do Ministério das Obras Públicas, visando colocar os interesses do país acima das ambições particular­es. Questões de engenharia primária descurada, falta de esgotos e de saneamento, nos poucos existentes, estrangula­m a durabilida­de do asfalto, com a agravante dos enormes monturos de lixo ao longo das bermas. “É verdade que as estradas não são de boa qualidade, mas não devemos deixar de reconhecer a necessidad­e de campanhas de sensibiliz­ação, das administra­ções municipais e provinciai­s, para sensibiliz­ação dos cidadãos para a necessidad­e de não deitarem lixo e água putrefacta nas estradas, que contribuem, também, para a sua danificaçã­o”, afirmou ao F8, o engenheiro Matias Cruz de uma empresa de recolha de inertes.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola