ARMAS AO ALCANCE DAS CRIANÇAS
Os angolanos continuam a viver com o drama da morte, e ferimentos graves, causado por armas de fogo, muitas vezes envolvendo crianças. Na maioria das vezes, são armas de guerra que os pais têm em casa e deixam à mão de semear dos seus petizes. Na brincadeira do “experimenta não experimenta”, inadvertidamente, primem o gatilho e... sai a bala, muitas vezes em direcções inesperadas, com resultados que podem ser fatais. O menino Mariano Kombolu, de 13 anos de idade, matou o seu primo Joãozinho” de 10, ferindo outros dois vizinhos, Pedrinho e Mário Jorge, ambos de 11 anos, quando brincavam de polícias e bandidos, no dia 19 de Abril, no Bairro Hojy ya Henda, com uma arma de fogo, pertencente à sua mãe, que é agente da Polícia Nacional. “Ele descobriu o sítio onde a mãe guarda a arma e, nesse dia ela tinha-a deixado com bala na câmara, mas estava trancada e, não sabemos como ele conseguiu destrancar e disparar”, disse banhado em lágrimas o pai do pequeno. Em países onde a guerra fez e faz morada, as crianças crescem e convivem, por largos anos, em ambientes de belicismo. Os pais militares e agentes policiais devem ter muito cuidado com as armas de fogo, muito devido às crianças, para não continuarem a repetir-se cenas como estas, que começam a ser corriqueiras por esta Angola afora. Por outro lado, o conflito produz “crianças soldado”, que chegam a inspirar outras, na maioria das vezes incautas, que as vêm como heróis. E, mais grave ainda é a capacidade com que a poderosa indústria armamentista, também, conseguiu entrar na indústria de brinquedos, que passou a influenciar mais as crianças, para o gosto pelas armas, com a produção de réplicas, como armas, canhões, espadas, punhais, granadas, facilmente encontradas em qualquer prateleira de supermercado ou de loja de brinquedos infantis. Estas, quer se queira quer não, estimulam os mais novos à violência, não só em Angola, como noutras partes do globo, como aconteceu no passado dia 12 de Abril, com um menino de 11 anos que, na brincadeira, apossou-se de uma arma de fogo e disparou contra a irmã de seis, no bairro do São Roque na aldeia de Oliveira de Azeméis, em Portugal. Para alento dos pais, apesar da desgraça, o tiro não foi fatídico, pois a criança ficou apenas ferida, tendo sido socorrida, pelos agentes do Comando Territorial de Aveiro da GNR (Guarda Nacional Republicana), para uma unidade hospitalar local. Apesar disso uma queixa crime poderá ser intentada pelas autoridades policiais, por desleixo dos progenitores, uma vez, terem deixado a arma de fogo ao alcance dos filhos.