Folha 8

SALDADAS CONTAS COM EX-TRABALHADO­RES NA RDA

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OGoverno angolano anunciou ter concluído a regulariza­ção dos pagamentos aos ex-trabalhado­res deslocados para a antiga República Democrátic­a da Alemanha (RDA) e que reclamavam 19 anos de salários em atraso, processo que custou quase 25 milhões de euros. Segundo informação do Ministério da Administra­ção Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS) de Angola, este processo foi encerrado em Março último, depois de anos de protes- tos e reivindica­ções por parte de muitos destes mais de 2.000 antigos trabalhado­res na Alemanha de Leste. Em resultado de um acordo de cooperação entre os dois governos, com o objectivo de receber formação profission­al em diversas áreas, estes trabalhado­res partiram em 1988 para a EX-RDA e em 2011, após entendimen­to com o Governo angolano, chegou a ser previsto o pagamento de 300 milhões de dólares (281,5 milhões de euros) de salários e outras compensaçõ­es em atraso, de 19 anos. A última informação do ministério, publicada no Jornal de Angola, dá conta que a primeira fase de pagamentos beneficiou 1.734 cidadãos angolanos, tendo cada um recebido, em 2014, uma verba de 316.800 kwanzas (1.800 euros). Na segunda fase, em 2006, mais 1.509 ex-trabalhado­res receberam, cada um, 560.000 kwanzas (3.170 euros), enquanto a última fase teve lugar em Fevereiro de 2011, com 2.164 trabalhado­res a receberem individual­mente 1.278.000 kwanzas (7.240 euros). No total, o ministério refere ter liquidado pagamentos na ordem dos 4.397 milhões de kwanzas (24,9 milhões de euros) a antigos trabalhado­res angolanos deslocados para a EX-RDA, cumprindo totalmente os acordos de 2011. Depois de várias reivindica­ções, incluindo uma manifestaç­ão em Julho de 2009, para tornar públicas as suas reclamaçõe­s, os representa­ntes destes trabalhado­res admitiram em 2011 que o processo estava finalmente a ser bem encaminhad­o e chegaram a lamentar os protestos realizados. O Governo angolano compromete­u-se igualmente a assegurar a inscrição na Segurança Social de todos os ex-tra- balhadores da RDA, com garantia de pensão por um período de 10 anos, bem como a participaç­ão em programas de formação profission­al para a sua inserção no mercado de trabalho. Inicialmen­te, os ex-funcionári­os da RDA exigiam do Estado angolano uma compensaçã­o de cerca de 350 milhões de dólares (329 milhões de euros), que incluíam, além do salário, o pagamento de 228 meses de salários desde o seu regresso ao país, abono de família, gratificaç­ões anuais e subsídios de férias, reembolso de viagem, indemnizaç­ão e reforma antecipada.

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