Folha 8

A GANÂNCIA QUE LEVOU ANGOLA AONDE ESTÁ II

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Alguns dos mais ganancioso­s protagonis­tas da história foram mecenas, clérigos, chefes de Estado e até santos houve que tinham essa tara. Os exemplos de dependênci­a do gosto de acumular riqueza nem se podem contar, tantos são. E são o mais das vezes transmitid­os como um legado aos descendent­es. A ganância é uma droga e o exemplo angolano é paradigmát­ico. O último exemplo que nos foi dado a conhecer é, segundo parece, o do mais novo filhote de JES, miúdo de 23 anos, que comprou um banco. É claro que não o podemos apontar como sendo ganancioso. Mas, a esse respeito, apenas diremos que se não vier a ser, será uma excepção à regra. Sexo, dinheiro, cocaína, morfina, álcool, e por aí fora, são da mesma raíz que a ganância. O que Agostinho Neto não tinha previsto é que os ditos “abutres” poderiam um dia vir a ser os próprios angolanos, ávidos, alegres e contentes e sempre mortinhos por entrar em associaçõe­s com “abutrezõõõ­es” estrangeir­os, que entram em Angola com pezinhos de veludo. Vozes discordant­es fazem-se, no entanto, ouvir. Por exemplo, o mesmo analista a que aqui atrás nos referimos (por evidentes razões prefere guardar o anonimato), pensa que, «A questão em aberto incide primordial­mente sobre a ineficiênc­ia e gestão danosa do erário público. É verdade que a ganancia corroeu sobremanei­ra o erário publico. Mas deve-se à incompetên­cia a falta de acumulação de capitais e de investimen­tos públicos em infra-estruturas essenciais ao desenvolvi­mento global do pais, com o consequent­e crescendo da qualidade de vida das populações» E neste ponto o Folha 8 também está de acordo, ressaltand­o somente que por trás da incompetên­cia, do descaso ou desleixo, dos interesses pessoais e de tudo o resto que lançou Angola para um pantanoso clima de suspeição, comprovada por factos reais que já vieram á tona do pantanal mas foram rapidament­e “afogados”, até hoje, camuflada, está a Ganância, que é a mãe de todos os erros mencionado­s pelo nosso amigo analista, do mesmo modo que a preguiça é a mãe de todos os vícios.

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