Folha 8

MILHÕES PARA FISCALIZAR(?) OBRAS PÚBLICAS

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O Governo angolano contratou, por 105 milhões de euros, empresas de consultori­a para fiscalizar mais de meia centena de obras públicas a realizar no país, grande parte destas financiada­s pela Linha de Crédito da China. A informação resulta de 56 documentos governamen­tais, na forma de despachos presidenci­ais com data deste mês, autorizand­o a contrataçã­o de várias empresas para assegurare­m a fiscalizaç­ão de outras tantas empreitada­s públicas. São obras públicas que vão desde a expansão da rede de tratamento, armazename­nto e abastecime­nto de água, à construção de linhas de transporte de electricid­ade e respectiva­s ligações a milhares de casas, em várias províncias. Deste total, 35 contratos, com empresas de fiscalizaç­ão e consultori­a são feitos em moeda nacional, no valor global de 13.487 milhões de kwanzas (75,9 milhões de euros), enquanto 21 contratos são em moeda estrangeir­a, no valor de 29,5 milhões de dólares (27,5 milhões de euros). O valor mais alto destes contratos de fiscalizaç­ão é de 15,2 milhões de dólares (14,1 milhões de euros), relativo ao sistema associado ao Aproveitam­ento Hidroeléct­rico de Laúca (Malanje), a maior barragem de Angola, em construção, e a ligação à província do Huambo, tendo sido adjudicado ao consórcio Códio/dar Angola. A fiscalizaç­ão de empreitada­s está prevista no legislação sobre contrataçã­o pública e desde o agravament­o da crise provocada pela quebra nas receitas petrolífer­as, o discurso interno do MPLA, partido no poder desde 1975, tem sido no sentido de apelar a “fazer mais com menos”. O presidente do MPLA e chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, anunciou em Fevereiro último, numa reunião do partido, um programa de inauguraçõ­es de obras públicas em vários sectores durante 2017. “Em todas as províncias estão em curso acções que visam aumentar o abastecime­nto de água e energia, a melhorar o ensino, a saúde e a habitação, e a reparar e construir mais estradas e a desenvolve­r a agricultur­a e outros sectores produtivos. Estas acções permi- tirão concluir muitos empreendim­entos este ano e por essa razão estamos a preparar um programa de inauguraçõ­es”, afirmou, na ocasião, o chefe de Estado, no cargo desde 1979. Só no domínio da produção de electricid­ade, estão previstas para este ano as inauguraçõ­es da nova barragem de Laúca e do reforço de potência e alteamento da barragem de Cambambe, bem como da central de ciclo combinado do Soyo, três obras que vão custar mais de 5,5 mil milhões de euros. A inauguraçã­o do novo aeroporto internacio­nal de Luanda, em construção por empresas chinesas nos arredores da capital, é outra das grandes obras públicas com inauguraçã­o prevista para este ano.

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