A MESMICE DE SEMPRE
ACASA- CE defendeu esta semana que esteja presente nas eleições gerais de 23 de Agosto uma missão de observação da União Europeia (UE), para se “dissiparem suspeitas”. Divina ingenuidade ou a mesmice de sempre? A posição da CASA-CE foi expressa pelo vicepresidente da segunda maior força da oposição angolana, André Mendes de Carvalho “Miau”, no final de um encontro com uma delegação da Missão Exploratória da União Europeia, que se deslocou a Luanda, para contactos com autoridades governamentais, partidos políticos e coligações de partidos e sociedade civil. Num encontro que manteve, com o presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), André da Silva Neto, a UE manifestou o desejo de observar o processo eleitoral em Angola, muito antes do arranque da campanha eleitoral, decisão que deve ser tomada pelo plenário daquele órgão eleitoral. Relembremos, como agora fez questão de salientar Júlia Ferreira, porta-voz da CNE, que “nos termos da lei, é permitido que a CNE, o Presidente da República, a Assembleia Nacional, e o Tribunal Constitucional indiquem convidados internacionais para participarem no processo de observação eleitoral”. A CASA-CE sabe, mas não quer fazer ondas que possam afastar as lagosta, quais são as entidades competentes para convidar (supostos) observadores: CNE (leia-se MPLA), Presidente da República (38 anos de poder sem nunca ter sido nominalmente eleito e Presidente do MPLA), Assembleia Nacional (feudo esmagadoramente dominado pelo MPLA) e Tribunal Constitucional (areópago domado pelo MPLA). “É do interesse de todos que essa observação se possa realizar, é mais uma maneira de dissiparmos suspeitas, se quisermos que de facto os resultados sejam aceites e reconhecidos, quanto mais observação melhor”, considerou André Mendes de Carvalho “Miau”. A CASA-CE também sabe que os observadores internacionais autorizados pelo regime (UE, UA, CPLP e similares) são regra geral surdos, mudos e cegos. Mas convém manter as ondas calmas, não vão os malandros provocar um qualquer tsunami. Não é isso que os angolanos esperam da oposição, mas é isso que vão – mais uma vez – ter.
A CASA-CE sabe, mas não quer fazer ondas que possam afastar as lagosta