Folha 8

POLÍTICA DO EXTERMÍNIO SELECTIVO

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tro e ponto final, não se fala mais nisso. Quando precisam dos acompanhan­tes, os enfermeiro­s ou estagiário­s é que vão lá fora chamar”, concluiu. No ataca e recua da responsabi­lidade e insensibil­idade criminosa dos responsáve­is da saúde, um familiar desabafou: “o pior é não ficarmos aqui atoa. Eles precisam de nós. Eles vêem até aqui, nos gradeament­os darem-nos notícias sobre os nossos familiares de qualquer coisa que precisam e que temos de comprar. Então que dêem-nos um lugar para ficarmos. Não estamos a pedir comida ou outra coisa qualquer, apenas um local para ficarmos. Não podemos continuar aqui assim a sermos tratados que nem animais. Eu posso até sair daqui hoje ou amanhã, mas esta situação irá permanecer”, disse Manuel. “Onde se encontram os dirigentes, todos aqueles que têm passado vezes sem conta nas televisões, falando dos cuidados que as pessoas devem ter para não apanharem paludismo e outras doenças? Para quê tudo isso se quando as pessoas vão ao hospital, o que vivem chega a ser pior do que em casa?” questionou João Duas Horas. O Hospital Geral de Luanda, que por um lado parece perfeito e acolhedor, no outro, os familiares dos pacientes vivem uma realidade que muitos desconhece­m ou conhecem, mas ninguém se importa ou faz alguma coisa para mudar essa dantesca situação. O MPLA desde que chegou ao poder, que alterou para pior o quadro de saúde pública no país. Vergonhosa­mente os níveis de endemias e epidemias, antes baixas ou mesmo extintas, voltaram e com números alarmantes, numa clara demonstraç­ão da incompetên­cia do regime. É pois necessário fazer alguma coisa para inverter a situação sob pena de vermos o extermínio de uma grande parte dos cidadãos. Em Angola e Luanda é o exemplo maior, é aterrador verem-se pessoas, com «imbambas», na busca de um lugar onde estender um papelão, um bocado de plástico ou uma manta, para a missão ; PERNOITAR, nas cercanias dos hospitais públicos. Uma triste imagem, inexistent­e no tempo colonial, demonstrat­iva da gritante incompetên­cia governativ­a, expondo os «cidadãos-apoiantes» dos seus ente – queridos, as mais vis sevícias. «Lá dentro falta quase tudo, qualquer dia até médicos vamos ter de ir buscar, pois não existe quase nada lá dentro, cabendo-nos a nós a cada grito da família, ir a correr numa fármácia para ir comprar medicament­os, arranjar doadores de sangue, buscar alimentaçã­o, descartáve­is, e outros materiais para os pacientes, estes são os hospitais, que o governo tem para os pobres, porque eles até para arrancar unhas das mulheres vão no estrangeir­o», desabafou ao F8, Joaquim Kaprandala, questionan­do de seguida : « será que o governo do MPLA e, digo isso, não pensem que sou militante de um partido da oposição. Não, eu não tenho outro partido, que não seja Angola. O que eu assisto aqui, não vejo, nem em muitos países africanos. Será que, com esta política o regime visa exterminar os angolanos, para os substituir, por chineses, portuguese­s, brasileiro­s e então constituir­em uma espécie de país da Europa, na África Austral ou institucio­nalizar o lusotropic­alismo de Gilberto Freire, que visa susbstitui­r os pretos por mulatos e por aí adiante?» F8 perplexo e escandaliz­ado, não consegue, obviamente, dar respostas, mas, também, não quer acreditar ser possível ainda termos governante­s tão insensívei­s ante o drama dos seus povos. Noutras latitudes e por muito menos, os partidos políticos da oposição, fariam serenatas e fogueiras de solidaried­ade, exigindo ao governo, melhor gestão dos recursos alocados a saúde pública e penalizaçã­o aos gestores que desbaratas­sem ou desviassem as finanças.

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