Folha 8

RESTRIÇÕES EM ALTA, ANGOLANOS EM BAIXA

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Opreço da botija de gás doméstica não pára de aumentar em Luanda, chegando a custar 2.000 kwanzas (11 euros), com clientes e revendedor­es a falarem em escassez deste produto, um dos 30 da cesta básica em Angola. Nada de novo, portanto. Os agentes revendedor­es confirmam a escassez do produto no mercado, com o aumento da procura nos seus estabeleci­mentos e clientes a comprarem mais de uma botija de gás butano, após horas à procura. Milton Caculo, gerente de uma agência de gás no bairro Hoji-ya-henda, município do Cazenga, em Luanda, contou à Lusa que teve de aguardar quase um mês para receber o gás no seu estabeleci­mento. “Apenas esta semana fomos abastecido­s, depois de quase um mês sem gás. Estou a vender a botija a 1.500 kwanzas [8,30 euros]”, disse. Uma garrafa de gás de seis quilograma­s por 600 kwanzas (3,30 euros), de 12 quilograma­s por 1.200 kwanzas (6,60 euros), ou de 51 quilograma­s por 5.400 kwanzas (30 euros) são preços afixados na “Casa Tio Chico”, um agente revendedor da zona do São Paulo, em Luanda. Em poucas palavras, o gerente da loja admite apenas que “há falhas de semanas no fornecimen­to do gás” e que a procura dispa- rou, vendendo agora 1.000 garrafas por dia. “Comprei a botija de gás a 1.200 kwanzas, mas os meus vizinhos continuam a reclamar que o gás está difícil, este é o preço habitual de compra, mas sei que há locais onde o preço está um pouco mais puxado”, contou por sua vez Gildo Bengue, enquanto comprava duas garrafas naquela agência. Quem também se confrontou com a escassez do gás butano em Luanda foi Mendes André, que disse registar falta de gás inclusive nos postos de combustíve­l da capital angolana. “Realmente está um pouco difícil, tive de circular pelas bombas de combustíve­l e não havia gás. Apenas encontrei aqui e sei que há mesmo sítios em que a garrafa está a custar por aí 2.000 kwanzas”, aponta. Já na Maianga, no centro de Luanda, Branca Simão, gerente de uma agência de gás, confirmou que nos últimos dias o fornecimen­to no estabeleci­mento tem sido em pouca quantidade. “Os clientes continuam a acorrer, em termos de vendas reduzimos porque hoje em dia já há muitas agências, diariament­e podemos vender cerca de 60 garrafas” disse. Na Agência Kibuela, na zona da Macambira, uma das mais antigas do centro da cidade de Luanda, o seu proprietár­io, Henriques Antunes, conta que desde o início de Abril que se acentua a escassez do gás de cozinha. Henriques Antunes desconhece as razões da escassez do gás, além de alegados problemas em linhas de enchimento da petrolífer­a Sonangol, mas admite que a procura de gás no seu estabeleci­mento duplicou, para 2.000 botijas vendidas por dia. “Desde aquela data temos vivido essas interrupçõ­es no fornecimen­to dia sim, dia não. E quem mesmo visitar a zona de enchimento da Sonangol poderá verificar a enorme fila de carros que aguardam pelo abastecime­nto”, explicou. No mercado informal a garrafa de 12 quilograma­s está a ser comerciali­zada entre 1.800 e 2.000 kwanzas (10 a 11 euros).

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