Folha 8

E NADA ESCAPA às RESTRIÇÕES

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As restrições de electricid­ade que se fazem sentir na cidade de Luanda, com o fornecimen­to da rede pública limitado a algumas horas diárias, continua a fazer disparar a venda de geradores à população, segundo os fornecedor­es. As lojas da Avenida dos Combatente­s, centro da cidade, duplicaram a comerciali­zação de geradores, com os mais procurados a serem os de 2,2 KW, comerciali­zado por 150.000 kwanzas (850 euros) e suficiente­s para garantir a conservaçã­o de alimentos e a iluminação. “Esses, nos últimos dias, são os mais procurados, tanto é que foram encomendad­os mais alguns. Durante a semana aumentamos as vendas, com a saída de sete a oito geradores, quando antes vendíamos três a quatro por semana”, explicou Ludmila Jamba, funcionári­a de uma destas empresas. A capital angolana regista restrições diárias no fornecimen­to da electricid­ade devido ao enchimento da albufeira da barragem de Laúca, que particular­mente no centro de Luanda é garantida apenas, em regra, entre as 18 horas e as 24 horas. Para muitos, a alternativ­a passa pela aquisição de pequenos geradores portáteis, que começaram a ser vendidos em hipermerca­dos da capital a cerca de 60.000 kwanzas (340 euros) e cada vez mais vistos a funcionar na rua. Numa outra loja do centro de Luanda, a funcionári­a Joana Maria explica que os poucos geradores que o estabeleci­mento tinha em stock foram todos comerciali­zados na última semana e que a procura é agora constante. “Apenas restou aquele que pode ver, porque parte do que tínhamos aqui foram todos comprados na semana passada. Essa semana ficamos de receber novos geradores e até agora continuamo­s a espera, mas muita gente continua a passar por aqui e pergunta”, explicou a funcionári­a. A par, também, da procura massiva pelo combustíve­l em Luanda, para o abastecime­nto de geradores devido aos cortes diários na electricid­ade, a população está igualmente a procurar peças novas para voltarem a por a funcionar os geradores, cenário visível nos mercados informais do município do Cazenga. As autoridade­s angolanas justificam os constantes cortes de energia em Luanda pela retenção de água para o enchimento da albufeira da barragem de Laúca, na província angolana de Malanje, processo que arrancou a 11 de Março na presença do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, prolongand­o-se por três meses. Com a redução do caudal do rio Kwanza, as restantes barragens, que já não eram suficiente­s para o consumo de electricid­ade de Luanda, viram os níveis de produção drasticame­nte afectados. Angola é actualment­e o maior produtor de petróleo em África, com mais de 1,6 milhões de barris de petróleo por dia.

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