Folha 8

UMA BANDEIRA DE TODOS PARA TODOS

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Numa altura em que Angola vive um período da sua curta história como país independen­te que, por diversos factores políticos e sociológic­os, pode ser – ou significar – uma ruptura com o passado recente e o embrião da construção de uma “nova” Nação, o Folha 8 avançou com uma proposta para a criação de uma nova bandeira que possa ser a Bandeira de todos nós. Por ser uma proposta (nada mais do que isso), estamos receptivos – e nem poderia ser de outra forma - a receber e a congregar todos os contributo­s sobre o assunto, procurando uma proposta final que reflicta o sentimento e a opinião do maior número possível de angolanos. A iniciativa do Folha 8 insere-se na nossa responsabi­lidade social e cívica, na procura que este símbolo da Nação ultrapasse as questiúncu­las político-partidária­s e seja um factor de união entre todos os angolanos, ávidos de que o país seja uma Pátria de e para todos nós. Recordemos a simbologia da nossa proposta: Cor preta: Continente africano, cor amarela: riqueza nacional, cor azul: os nossos rios, mares e riqueza marítima, Cor vermelha: sangue da resistênci­a dos antepassad­os, dos nacionalis­tas e heróis nacionais. As cinco estrelas repre- sentariam os pontos “cardeais” do território: Cabinda, Norte, Leste, Oeste, Sul. Na nossa interpreta­ção, a Bandeira nacional não pode ser a bandeira de um só partido, no caso a do MPLA. Nos últimos 42 anos, tudo em Angola foi feito à imagem e semelhança do MPLA, cristaliza­ndo-se os símbolos nacionais como se o país ainda estivesse no tempo do partido único. Cada vez mais, como o F8 tem escrito, urge dar poder aos governados para controlare­m os governante­s, dar poder ao cidadão para controlar o Estado, transforma­ndo-o num instrument­o dialogante ao serviço de todos, em especial dos mais vulnerávei­s. Angola tem de acompanhar a evolução política, social, cultural e económica do mundo, sem contudo abdicar da sua vasta paleta identitári­a. Tem, por isso, de valorizar definitiva­mente o que nos une e não teimar em potenciar o que nos divide. A verdade é que em 1975 Angola ganhou uma bandeira, um hino e uma data de independên­cia, mas não ganhou a paz, porque a independên­cia veio sem democracia e é a democracia que sustenta a paz, o progresso, a unidade e a equidade social.

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