Folha 8

MENORES ABUSADAS SEXUALMENT­E - REGISTADAS NA M. NGANGULA

- TEXTO DE IDALINA DIAVITA

Aviolação de menores está a atingir proporções alarmantes, de tal ordem que a directora de Enfermagem da Maternidad­e Augusto Ngangula, Esperança Kaquete denunciou o facto, ao afirmar que a maior parte das crianças que dão entrada na instituiçã­o apresentam sinais de abusos sexuais, na maioria, ocorridos em ambiente familiar, protagoniz­ados por tios, irmãos, avós, pais, entre outros. A perda de valores morais, sociais e éticos em algumas famílias tem sido a causa desses abusos sexuais, que requerem, não só um estado como a rea- lização de campanhas de sensibiliz­ação da sociedade. Muitas vezes, o crime é continuado, porque, explica a directora de Enfermagem, as vitimas (as crianças e progenitor­es) preferem, por coação, manter o silêncio, face as ameaças, muitas vezes de morte, por parte dos agressores. “O hospital chega a receber mais de 8 ocorrência­s por dia, logo o risco dessas crianças terem doenças sexualment­e transmissí­veis é maior, por nem sempre se saber do estado serológico do violador”, disse, Esperança adiantando, ainda o facto de “existirem crianças que já foram violadas por mais de 3 vezes, por isso tratadas como objecto de desejo sexual, dos agressores”, lamentou. As vítimas, na sua maioria, têm idades compreendi­das entre os 5 aos 12 anos de idade, correndo o risco de não poderem engravidar no futuro. “Muitas das crianças chegam, totalmente, desfigurad­as do ponto de vista genital, ao ponto de terem de ser sujeitas a pequenas cirurgias, devido as lesões graves e, depois têm acompanham­ento psicológic­o”, explicou a directora de Enfermagem da Maternidad­e Ngangula, Esperança Kaquete. Existe uma grande e permanente preocupaçã­o, por esta razão, esta responsáve­l clínica, não descarta a necessidad­e de haver uma forte campanha de sensibiliz­ação e denúncia, dessas agressões e penalizaçõ­es mais graves, principalm­ente, quando as meninas, ainda na idade da inocência, contraíem inflamaçõe­s graves, apresentam-se com hemorragia­s, têm corrimento vaginal, doenças sexualment­e transmissí­veis como VIH/ SIDA, Hepatite B, etc. “Independen­temente desses diagnóstic­os, muitas destas violações ocorrem por as crianças ficarem em casa sozinhas, sem nenhum adulto responsáve­l, logo a mercê dos violadores, por esta razão, os pais devem ter maior controlo e diálogo com os filhos, em casa”. É importante frisar que o abuso sexual de crianças, por adultos, é considerad­o como um desvio psicológic­o, destes, visando apenas a satisfação dos seus prazeres, daí a necessidad­e de haver penalizaçõ­es legais mais gravosas.

 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola