JACARÉS DO MPLA NUNCA SERÃO VEGETARIANOS
AAmnistia Internacional (AI) teima em continuar a pregar no deserto. Tal como a areia, o regime de Angola mexe-se mas não ouve. Desta vez a AI resolveu avisar o governo de sua majestade o rei José Eduardo dos Santos que “as manifestações não podem ser usadas como uma oportunidade para punir opiniões críticas do Governo”. A Amnistia Internacional recomenda às autoridades angolanas que defendam o direito à liberdade de expressão e de reunião. Ou seja, é mais ou menos como recomendar aos jacarés que devem optar uma alimentação vegetariana. Desta forma a AI sente-se bem e o regime angolano sente-se ainda melhor. Portanto, siga a farra da ditadura. “As autoridades em Angola devem garantir os direitos dos cidadãos ao exercício da liberdade de expressão e de reuniões pacíficas”, lê-se numa mensagem divulgada um dia antes dos protestos que exigiram a libertação de sete activistas condenados em Abril a 45 dias de prisão. O resultado está à vista. Os manifestantes levaram porrada da polícia do MPLA. Um dos protestos, no Cacuaco, arredores de Luanda, no qual participaram – como o Folha 8 divulgou – algumas dezenas de jovens, terminou com detenções e agressões. Tudo à boa maneira do MPLA que, indiferente aos devaneios dialécticos das organizações internacionais, continua a pôr a razão da força acima da força da razão.