Folha 8

ESTUDANTES ANGOLANOS SOFREM NO PAÍS E FORA DELE

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Enquanto muitos estudantes angolanos que foram estudar para Portugal, por conta dos familiares em Angola, abandonara­m os estudos para trabalhar, devido às “dificuldad­es no envio de dinheiro”. Por cá, o MPLA descobriu que Angola precisa de mais qualidade nas instituiçõ­es universitá­rias. É obra! “Não temos um número exacto, mas sabemos que são muitos”, diz Luís Victorino, presidente da Associação de Estudantes Angolanos (AEA), que justifica a interrupçã­o dos estudos com “a demora das transferên­cias de dinheiro efectuadas de Angola”. Segundo Luís Victorino, a AEA “tem negociado com as universida­des portu- guesas e instituiçõ­es de ensino para que haja mais flexibilid­ade nos pagamentos das propinas, de modo a que os estudantes angolanos tenham a possibilid­ade de pagar as dívidas ou propinas em atrasos em prestações, para que não sejam impedidos de realizar os exames ou inscrições ou matrículas em anos lectivos seguintes”. Alguns estabeleci­mentos de ensino têm respondido “positivame­nte” às intervençõ­es da AEA, como é o caso do Instituto Politécnic­o de Setúbal, por exemplo, afirma Luís Victorino. Angola vive uma grave crise financeira e económica decorrente da quebra da cotação do petróleo no mercado internacio­nal, que se reflecte ainda na falta de divisas no país. Esta situação provoca várias restrições na gestão de divisas e, consequent­e- mente, coloca dificuldad­es nas transferên­cias de dinheiro para fora do país. O presidente da AEA destaca ainda o apoio que o Alto Comissaria­do para as Migrações em Portugal tem dado àqueles estudantes na “questão da legalizaçã­o”, porque muitos ficam impossibil­itados de renovar o título de residência por falta de dinheiro. Actualment­e estudam em Portugal cerca de 4 mil angolanos, entre bolseiros, de instituiçõ­es públicas e privadas, e não bolseiros. O presidente da AEA acrescenta que, em média, chegam anualmente chegam a Portugal 500 estudantes angolanos e que as áreas profission­ais em que mais se destacam são o Direito e as ciências empresaria­is. No âmbito das celebraçõe­s do Dia de África, que se assinala na próxima quinta-feira, dia 25 de Maio, a AEA, em conjunto com as associaçõe­s de estudantes moçambican­os e guineenses e a comissão instalador­a do Núcleo de Estudantes Africanos do Instituto Politécnic­o de Setúbal, organiza um encontro em que debaterá o passado, o presente e o futuro de África e as celebraçõe­s incluem música, poesia, gastronomi­a e trajes.

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