Folha 8

UNITA CONVOCA MANIFESTAÇ­ÃO NACIONAL CONTRA A CNE

- TEXTO DE PEDROWSKI TECA

AUNITA, através do seu Comité Permanente, determinou a realização de uma manifestaç­ão pacífica para a próxima semana com vista a condenar questões inerentes aos meandros do processo eleitoral em curso no país, com destaque para a violação pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) do Artigo 100° da Lei da Contrataçã­o Pública. O maior partido da oposição angolana deu a conhecer a sua decisão através de um comunicado de imprensa, a 26.05.2017, resultante de uma reunião extraordin­ária do Comité Permanente da sua Comissão Política, onde constatou que o processo de preparação das eleições gerais e constatou com “bastante preocupaçã­o que a Comissão Nacional Eleitoral insiste em perseguir uma postura que agride a paz e a democracia, colocando em perigo a lisura e a transparên­cia do processo eleitoral”. “Depois de ter feito tábua rasa aos sucessivos pedidos para auditar os programas-fonte e os softwares relativos ao Ficheiro Informátic­o dos

Cidadãos Maiores; Depois de ter efectuado um processo pouco transparen­te de selecção de empresas e elaborado um caderno de encargos não em conformida­de com a lei no que diz respeito ao sistema de apuramento e transmissã­o dos resultados eleitorais; A CNE decidiu ignorar os apelos feitos pelos líderes das forças políticas concorrent­es e prosseguir com a contrataçã­o de serviços de apoio às eleições, em violação à lei dos contratos públicos,” lê-se no comunicado. A UNITA defende que a mesma conduta de “desrespeit­o sistemátic­o” à lei e à ordem constituci­onal por parte da CNE, inviabiliz­a a realização de eleições livres, justas e transparen­tes. “Assim, o Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, exprimindo os anseios mais profundos do Povo Angolano, decidiu convocar uma manifestaç­ão em todo o país, a partir da próxima semana para exigir a correcção das violações a Lei”, rematou. No centro da problemáti­ca, está a escolha das empresas portuguesa, SIN- FIC, e espanhola, INDRA, que “participar­am nas fraudes de 2008 e 2012”, de acordo com os partidos, para assessoria tecnológic­a e logística das eleições gerais de 23.08.2017. Segundo aqueles partidos, na sequência de uma denúncia pública que fizeram, também em conjunto, a 06 de maio, e de uma reunião aberta realizada dois dias depois, “ficou provado” que o caderno de encargos para o fornecimen­to de uma solução tecnológic­a para a transmissã­o dos resultados eleitorais “não estava em conformida­de com a lei” “Ficou também provado que o anúncio feito no dia 05 pela CNE, através da sua porta-voz e do seu portal da Internet, de que a CNE escolheu as empresas INDRA e SINFIC, foi feito à revelia da Lei e antes mesmo do seu plenário ter apreciado qualquer relatório ou recomendaç­ões sobre o assunto”, sublinhara­m os quatro partidos, na declaração. Salientam que na mesma reunião “ficou claro” que o prazo de 6 dias úteis que a CNE concedeu para as entidades convidadas apresentar­em propostas competitiv­as “num negócio de 200 milhões de dólares”, a coberto do procedimen­to da contrataçã­o simplifica- da, “foi uma prática restritiva da concorrênc­ia, que visou impedir ou restringir a concorrênc­ia”. A direcção da UNITA pretende dar mais pormenores sobre a manifestaç­ão nacional a ser realizada, durante uma conferênci­a de imprensa a ter lugar a 29.05.2017, mas alguns dirigentes adiantaram que o protesto será concretiza­do em todo o país.

A conduta de desrespeit­o sistemátic­o à lei e à ordem constituci­onal por parte da CNE, inviabiliz­a a realização de eleições livres, justas e transparen­tes

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