Folha 8

REGIME EXPLICA QUE… ANDAM A ROUBAR FARDAS DA POLÍCIA

- OSVALDO FRANQUE BUELA (*)

As autoridade­s angolanas não têm nenhum respeito nem consideraç­ão pela dignidade humana, nem da vida, dos funcionári­os públicos que sacrificam para os seus interesses. Em Cabinda, o Comissário Eusébio Domingos e Costa cai no ridículo de dizer que os polícias feitos prisioneir­os de guerra pela FLEC são congoleses e falam português e que as fardas foram… roubadas. Estão a demonstrar esta afirmação perante o mundo inteiro através de todos os canais de comunicaçã­o que o regime tem, com o único propósito de negar a guerra em Cabinda assim como a existência dos quatro polícias prisioneir­os de guerra e não reféns que estão nas mãos das Forças Armada de Cabinda. Se estou a usar o termo ou “prisioneir­o de guerra” é por que eles baixaram as suas armas durante uma emboscada, em plena operação de guerra, de acordo com a Convenção de Genebra no seu artigo 44, num território que está em guerra e onde perderam dois de seus colegas da FAA. As autoridade­s angolanas prefiram usar o termo “reféns” na sua negação vergonhosa, com o único objectivo de querer apresentar a resistênci­a Cabindesa como um grupo terrorista, o seu sonho de sempre. O nosso espanto é ainda maior pelo simples facto de ver que o regime san- guinário do MPLA, que sequestra e assassina os Cabindas em público ou em segredo, que viola mulheres, que priva da saúde e da educação a população, que explora e rouba tudo em Cabinda, colocou à disposição de seu primeiro sipaio em Cabinda, o comissário Eusébio Domingos e Costa, a TPA, RNA, ANGOP, Jornal de Angola para cumprir a missão de desmentir e negar totalmente a presença de quatro policias prisioneir­os de guerra, o que representa uma verdadeira vergonha para o regime e para um dos melhores exército de África que consegui vencer o grande exercito da UNITA. O sipaio comissário Eusébio Domingos e Costa começou a tocar o mesmo CD de sempre dizendo ainda que que a província goza de uma estabilida­de político-militar que permite às populações circularem livremente, o que a população faz normalment­e por não ser alvo das FAC, mas esqueceu-se de dizer que ali as FAA e outros sipaios de serviço só circulam armados até aos dentes. A verdade é que o regime não estava preparado para esta evolução operaciona­l das unidades operaciona­is das FAC, capaz de lhes servir um prato picante, desta forma. Quando o comissário afirma sem vergonha que “em Cabinda, não existe e nunca se registaram actos que possam alterar o actual clima de paz, e que não existem quaisquer acções contra as nossas populações”, foge mais uma vez a esclarecer a opinião pública que eles é que fazem a guerra contra o povo desarmado e que a população nunca foi alvo da FLEC. “É tudo falso, não existe nada que altere o clima político em Cabinda. As nossas forças mantêm-se firmes na garantia da estabilida­de, e que os que aparecem no vídeo são congoleses que falam português, e que a farda foi roubado e levado para o Maiombe”, dizem. Num verdadeiro Estado de Direito, a Inspecção Geral de polícia deveria pedir explicaçõe­s ao comissario para esclarecer como é que é possível roubar fardamento­s da polícia e por quem? Haveria infiltrado­s dentro da polícia angolana que colaboram abastecem a FLEC? Estas são declaraçõe­s graves para o chefe de uma corporação importante como a Policia provincial. O Comissário está mesmo ciente de que os prisioneir­os são congoleses que falam português? Como é que ele sabe disto uma vez que nenhum prisioneir­o fala no vídeo? A verdade em todos essas afirmações é que es- sas autoridade­s angolanas irão sempre abandonar o seu próprio destino todos aqueles que defendem o regime com excesso de zelo. Felizmente que as FAC têm um elevado sentido de responsabi­lidade, mesmo perante os adversário­s, isto é, respeitam as convenções internacio­nais. Os prisioneir­os serão sempre tratados de forma humana e serão postos em liberdade com toda consideraç­ão humana e à luz do respeito pelos direitos humanos. (*) Chefe do Gabinete da Presidênci­a da FLEC

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