FANTASMAS
Estavam os escravos na plantação Queriam ser independentes ou não Disseram que sim A escravatura chegou ao fim Tinha que haver luta de libertação Mais chicote não Que seriam nossas as riquezas O petróleo e outras certezas Dinheiro não ia faltar Muito ia sobrar Não era preciso trabalhar Todos iam chefiar Mas um escravo para se libertar Tem que se formar No gatilho da arma a disparar Não é necessário ensino escolar Mas sem formação Não há libertação O escravo prossegue na servidão Mudou de nome a colonização Assim viver No insensível poder É sofrer É de certeza morrer Para que é que lutaram Se nada edificaram À miséria nos crucificaram À fome nos vitimaram Neste matadouro de geradores O fumo mata as crianças flores Intitulam-se de doutores Os impostores O império desabava A oposição falava Tudo mal andava Outra coisa não se esperava A desgraça se sentia A miséria acontecia A fome dava agonia A população desaparecia Eliminar o intelectual É normal Que foi acidental Que morreu de morte natural