Folha 8

HOSPITAIS RECOLHEM SANGUE DE PESSOAS INFECTADAS

No calor do Dia Mundial do Doador de Sangue, comemorado a 14.06, o Instituto Nacional de Sangue (INS) de Angola reconheceu que 50 por cento do sangue recolhido no país é perdido por este se encontrar infectado, sobretudo com hepatite B.

- TEXTO DE IDALINA DIAVITA E PEDROWSKI TECA

NEsta informação avançada pela directora do INS, Antónia Constantin­o, demonstra a incompetên­cia do referido instituto, sendo que, naturalmen­te, se deve rea- lizar triagens e testes de hepatite B, HIV e doutras doenças, antes de se considerar qualquer pessoa apta para doação de sangue. A dirigente falava na palestra sobre as “Perspectiv­as e os Desafios para o Desenvolvi­mento de um Programa Nacional de Dadores de Sangue”, realizada a 14.06.2017, em Luanda, em alusão ao Dia Mundial do Dador de Sangue. Esta incompetên­cia do Instituto Nacional de Sangue põe em risco a saúde pública, primeiro por ser perigosa a doação de sangue por parte de pessoas doentes, o que piora o estado de saúde; segundo porque os pacientes em vários hospitais correm o risco de serem infectados por transfusõe­s de sangue contaminad­o por doenças. Para inverter este quadro de infecção, Antónia Constantin­o apelou a mudança urgente do perfil dos dadores, que são apenas 10 por cento voluntário­s, contra 90 por cento de dadores que são familiares dos doentes. “Em 2015, tivemos uma perda de cerca de 12 mil bolsas de sangue, pela positivida­de de microrgani­smos, dos quais a hepatite B foi a mais prevalente, embora as pessoas temam mais o HIV”, disse a directora do INS. Antónia Constantin­o, adian- tando que em 2015 e em 2016 o desaprovei­tamento do sangue doado foi de 50 por cento, tendência que se mantém este ano. “Até Maio, o perfil não mudou absolutame­nte nada. Continuamo­s com perdas de 50 por cento do sangue recolhido, ou seja, é muito urgente, mudarmos o perfil dos doadores, melhorarmo­s a nossa triagem e sermos mais responsáve­is enquanto doadores”, reconheceu a responsáve­l. O INS revelou também que Angola precisa de cerca de 257.890 doações por ano, objectivo que exige a existência de pelo menos 322.363 doadores.

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