Folha 8

ENDE EXIGE PAGAMENTO DA TAXA DO LIXO

- TEXTO DE IDALINA DIAVITA

Aempresa angolana de Distribuiç­ão de Energia Eléctrica ( ENDE), desde o início do mês em curso que está obrigar a população fazer o emolumento da taxa de recolha do lixo. As facturas juntam o consumo de electricid­ade e o custo do lixo. Actos deste género têm criado muitos constrangi­mentos aos clientes. “Não vou pagar nenhuma taxa de lixo. Não tenho condições para tal. Antes de criar modelos, o governo deveria fazer um balanço de quantos jovens desemprega­dos existem em Angola”, desabafou o cidadão Simão Beto irritado com a situação. Por sua vez, Ana Gomes, moradora do Bairro Popular, mostrou-se insatisfei­ta com atitude da ENDE: “Fui obrigada a pagar 6000 Kwanzas dos quatro meses cobrados pela ENDE, referentes à taxa do lixo. Cada mês paguei 1500 Kwanzas, a funcionári­a que me atendeu disse que não poderia activar o pagamento da energia sem antes ter pago o valor do lixo”, João Beto, residente no Bairro Rocha, lamenta o facto de que a ENDE não tenha comunicado aos clientes a cobrança da taxa do lixo dos meses de Janeiro a Abril do corrente ano.

“É complicado o que a ENDE está a fazer com os consumidor­es, não temos dinheiro para pagar o que eles estão a pedir. Fui pagar a energia deste mês e fiquei surpreendi­do porque eles exigiram que eu pagasse o custo do lixo de Janeiro até á data presente”, esclareceu. O presidente da Associação Angolana de Defesa dos Direitos dos Consumidor­es (AADDIC), Diógenes de Oliveira, diz que a cobrança feita pela ENDE é ilegal e não pode ser exigida aos cidadãos. “A Lei n. 15/03, de 22 de Julho, diz que o contrato que o cliente da ENDE tem é simplesmen­te de fornecimen­to de energia, por isso não se pode condiciona­r a prestação de serviço por falta de pagamento da taxa do lixo”, explicou, acrescenta­ndo que a este estratagem­a se atribui o nome de “venda casada”. “Mesmo estando perante um Decreto-presidenci­al, disposição que deu asas a tal cobrança, ainda assim tal acto é ilegal. O que foi contratado pelo consumidor com a ENDE era simplesmen­te o fornecimen­to de energia eléctrica e nada mais”, garante. O F8 contactou o director do gabinete de comunicaçã­o e marketing e relações institucio­nais da ENDE, Pedro Bila, que alegou que não deve dar nenhuma informação sobre o assunto. “Não é da nossa autoria responder por este assunto. O Governo Provincial de Luanda tem um gabinete que deve responder por isso. A ENDE apenas cumpre ordens”, afirmou. De relembrar que os valores aprovados foram de 2 500 kwanzas para os bairros de Alvalade, Mártires do Kifangondo, Chicala, Cassenda, 1º de Maio, Maianga, Samba, Bairro Azul, Praia do Bis- po, Mutamba, Coqueiro, Marginal de Luanda, Maculusso, Cruzeiro, Bairro Militar, Comandante Valódia, Bairro Operário, São Paulo, Combatente­s, Vila Alice, Nelito Soares, Bairro Popular, Terra Nova, Benfica, Zona do Patriota, Futungo, Morro Bento, Urbanizaçã­o Nova Vida, Vida Pacífica e as Centralida­des do Kilamba e Sequele. Já nos municípios de Cazenga, Viana, Cacuaco e Belas passaram a ser cobrados na factura da electricid­ade 1500 kwanzas. Enquanto que nos municípios de Quiçama e Ícolo e Bengo serão arrecadado­s 500 kwanzas. Para as micro-empresas, o imposto sobre os serviços de limpeza e saneamento, está afixada em 12.500 kwanzas, às pequenas empresas, institutos e estabeleci­mentos públicos 18.000 Kz e às médias empresas está reservada uma taxa de 40. 250 kz. Por cada unidade imobiliári­a, a taxa cobrada é de 3 500 kz, paga pela administra­ção de cada condomínio, independen­temente da circunscri­ção administra­tiva em que está localizada. Às grandes empresas está apontada a taxa máxima de 164 mil kwanzas.

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