GUERRA EVITÁVEL
ASIC é importante para a informação dos angolanos e portugueses que residam em Angola. Por causa do fraco investimento que há em relação aos meios de comunicação social, públicos e privados, há determinadas informações internacionais que as nossas estações de televisão não estão em condições de transmitir em directo. Esperemos que haja negociações positivas entre a SIC e as empresas transmissoras de canais de televisão para bem dos interesses dos angolanos e dos portugueses em relação ao direito à informação, que assiste aos dois povos, unidos por laços sanguíneos e culturais que remonta há séculos. A SIC não só informa, mas também forma, pois tem mais programas educativos. Infelizmente, a maior parte dos nossos programas de televisão estão mais virados para o entretenimento, embora tenhamos alguns bons, relacionados com a formação e informação dos telespectadores. Os angolanos e os portugueses estão condenados a se manterem unidos. Cada povo defende e defenderá sempre os seus interesses, o que é compreensível. Porém, o que ocorre em Angola interessa aos portugueses e o que acontece em Portugal é do interesse dos angolanos, por exemplo, as eleições em cada país é acompanhada com particular interesse pelos cidadãos, especialmente os governantes. Como angolano, peço à SIC para que, quando fizer reportagens sobre Angola, também faça menção de aspectos positivos, que os há. Que se respeite o contraditório, de modo a que as informações não resvalem para o sensacionalismo. Do mesmo modo, peço aos meios de comunicação públicos para que sejam equidistantes nas abordagens sobre questões políticas e sociais. O jornalismo desportivo angolano dá exemplo de imparcialidade e profissionalismo no tratamento da informação. Se os meios de comunicação públicos produzem informações que agradam o Estado angolano, em particular o Executivo, dão azo a que outros meios de comunicação social, angolanos e estrangeiros, emitam informações contra os seus interesses. Na verdade, não deve ser assim. Deve haver equilíbrio, evitando-se, assim, o sensacionalismo e o clientilismo, ou seja, o favoritismo, que não contribui para que os governantes, em alguns momentos despertem do sono do caminho errado ou da falta de criatividade ou ainda da tentativa de praticar actos que prejudiquem os angolanos. Nos países europeu, esses factos são objecto de investigação e informação jornalística. Oxalá haja paz entre a SIC, de um lado, e os governantes angolanos e os meios de comunicação públicos angolanos, de outro lado. Pedimos a todos os intervenientes do conflito em apreço para que haja bom senso. De qualquer modo, exijamos que se informe e se deixe informar com verdade. Espero os nossos governantes não sejam protagonista de factos que prejudiquem a sua reputação ou que manchem a imagem dos angolanos. Não informar sobre essas questões constitui um mau exercício da actividade jornalística. Contudo, informar com objectivo de empolar os factos também pode ser considerado mau jornalismo. *JOSECA MAKIESSE E-mail: jca1203@yahoo. com