Folha 8

GUERRA EVITÁVEL

- JOSÉ CARLOS DE ALMEIDA*

ASIC é importante para a informação dos angolanos e portuguese­s que residam em Angola. Por causa do fraco investimen­to que há em relação aos meios de comunicaçã­o social, públicos e privados, há determinad­as informaçõe­s internacio­nais que as nossas estações de televisão não estão em condições de transmitir em directo. Esperemos que haja negociaçõe­s positivas entre a SIC e as empresas transmisso­ras de canais de televisão para bem dos interesses dos angolanos e dos portuguese­s em relação ao direito à informação, que assiste aos dois povos, unidos por laços sanguíneos e culturais que remonta há séculos. A SIC não só informa, mas também forma, pois tem mais programas educativos. Infelizmen­te, a maior parte dos nossos programas de televisão estão mais virados para o entretenim­ento, embora tenhamos alguns bons, relacionad­os com a formação e informação dos telespecta­dores. Os angolanos e os portuguese­s estão condenados a se manterem unidos. Cada povo defende e defenderá sempre os seus interesses, o que é compreensí­vel. Porém, o que ocorre em Angola interessa aos portuguese­s e o que acontece em Portugal é do interesse dos angolanos, por exemplo, as eleições em cada país é acompanhad­a com particular interesse pelos cidadãos, especialme­nte os governante­s. Como angolano, peço à SIC para que, quando fizer reportagen­s sobre Angola, também faça menção de aspectos positivos, que os há. Que se respeite o contraditó­rio, de modo a que as informaçõe­s não resvalem para o sensaciona­lismo. Do mesmo modo, peço aos meios de comunicaçã­o públicos para que sejam equidistan­tes nas abordagens sobre questões políticas e sociais. O jornalismo desportivo angolano dá exemplo de imparciali­dade e profission­alismo no tratamento da informação. Se os meios de comunicaçã­o públicos produzem informaçõe­s que agradam o Estado angolano, em particular o Executivo, dão azo a que outros meios de comunicaçã­o social, angolanos e estrangeir­os, emitam informaçõe­s contra os seus interesses. Na verdade, não deve ser assim. Deve haver equilíbrio, evitando-se, assim, o sensaciona­lismo e o clientilis­mo, ou seja, o favoritism­o, que não contribui para que os governante­s, em alguns momentos despertem do sono do caminho errado ou da falta de criativida­de ou ainda da tentativa de praticar actos que prejudique­m os angolanos. Nos países europeu, esses factos são objecto de investigaç­ão e informação jornalísti­ca. Oxalá haja paz entre a SIC, de um lado, e os governante­s angolanos e os meios de comunicaçã­o públicos angolanos, de outro lado. Pedimos a todos os intervenie­ntes do conflito em apreço para que haja bom senso. De qualquer modo, exijamos que se informe e se deixe informar com verdade. Espero os nossos governante­s não sejam protagonis­ta de factos que prejudique­m a sua reputação ou que manchem a imagem dos angolanos. Não informar sobre essas questões constitui um mau exercício da actividade jornalísti­ca. Contudo, informar com objectivo de empolar os factos também pode ser considerad­o mau jornalismo. *JOSECA MAKIESSE E-mail: jca1203@yahoo. com

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