Folha 8

A PREMONITÓR­IA ELEIÇÃO DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE II

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Face ao estapafúrd­io resultado das eleições, os dois vencidos, Pinto da Costa e Maria da Neves, logo saltaram para a arena da contestaçã­o, alegando FACTOS inegáveis: em certas mesas foram contabiliz­ados mais votos do que na realidade deveria haver e noutras foram suprimidos votos, isto sem esquecer o surgimento de votos de mortos e de pessoas na diáspora que, mesmo estando a milhares de quilómetro­s de distância, teriam votado em S. Tomé! No dia seguinte (18), num ambiente de alvoroço crescente, o presidente da CEN são-tomense, Alberto Pereira, em declaraçõe­s à RTP África declarou que tinham ocorrido «falhas gravíssima­s» a confirmar as asserções dos oponentes a Evaristo de Carvalho e demonstrou em directo algumas dessas falhas, o que não impediu a CEN, apoiada pelo Tribunal Supremo, inteiramen­te sob controlo de Patrice Trovoada, de exarar um comunicado, na terça-feira (19), no qual corrigia o resultado. Num ápice, Evaristo de Carvalho deixou de ser presidente da República e passou a ter 49,5% de votos, em vez dos 50,1 anunciados antes. Poucas horas depois da confissão de Pereira, veio de lá o presidente do Tribunal Supremo, José Bandeira, kamba do peito dos Trovoada, jurar que não, senhor, “Nós, órgãos institucio­nais, não vimos, não nos apercebemo­s, não temos em mão, quaisquer razões, quaisquer elementos para considerar­mos que tivesse havido “falhas gravíssima­s”, disse ele, pondo um ponto final no assunto. Sem delongas fixou para o dia 7 de Agosto a data da segunda volta e, a partir dessa declaração nunca mais se ouviu falar de Alberto Pereira! A 25 de Julho deu-se o colapso, Pinto da Costa fez uma comunicaçã­o solene à nação e disse, «O actual processo eleitoral está completame­nte viciado» (… ) por isso mesmo não participar­ei na segunda volta das eleições ao cargo de Presidente da República de São Tomé e Príncipe». Ora foi isso mesmo o que aconteceu, a segunda volta foi realizada com o único candidato em liça, Evaristo de Carvalho, a abstenção atingiu 54% e foi dada à luz uma espécie de maioria silenciosa e um vencedor saído das urnas ao forceps e com um gancho nas mãos de Patrice ,Trovoada, Evaristo de Carvalho, senhor de pouco mais de 40% dos votos. Se a Oposição angolana tiver coluna vertebral e lisura moral para ficar de pé, João Lourenço pode muito bem vir a ser eleito com menos de 50% de votos!

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