DEPUTADA DA UNITA DIZ QUE LAVAGEM DE DINHEIRO FALIU O BPC
Em fase de discussão do plano de recapitalização do Banco de Poupança e Crédito (BPC), já aprovado pelo Governo, a vice-presidente da bancada parlamentar da UNITA, Navita Ngolo, considera que os “roubos e a lavagem de dinheiro’’ determinaram a falência do maior banco angolano. Navita Ngola afasta a tese do crédito malparado, ainda que se fale em prejuízos superiores a mil milhões de dólares, e alerta para a falta de liquidez até para o pagamento de salários a funcionários públicos. Há dois anos, com a crise a provocar estragos na economia angolana, o banqueiro Fernando Teles, conhecedor do sistema financeiro, já emitia sinais de preocupação. “Não vale a pena estarmos a apoiar gente que tem as mãos estendidas e que não aplica o dinheiro em projectos produtivos’’, advertia o Presidente do Conselho Segurança do Banco Internacional de Crédito (BIC). Agora que o Banco de Poupança e Crédito (BPC) está na ordem do dia, a deputada Navita Ngolo, da Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional, refere que os empréstimos não tinham como destinatário o verdadeiro produtor. “O país ignorou regras internacionais de gestão financeira”, disse a deputada. “Os dinheiros do BPC e de outros bancos têm saído por telefonemas, a partir da Cidade Alta, e por intermédio de bilhetes. As pessoas vão com bilhetes aos bancos, sendo que aqueles que não produzem, figuras ligadas ao Presidente, conseguem avultadas somas. Usam o dinheiro para passear, põem-se em escândalos financeiros e até em tráfico de mulheres’’, acusa a parlamentar. Navita Ngola, que não acredita na responsabilização dos culpados, faz recurso à falência do Banco Espírito Santo (BESA) para dizer que não se olhou a requisitos como o retorno e as garantias bancárias. “Áreas estruturantes, como a agricultura, indústria e transportes, ficaram sem dinheiro, já que foi distribuído entre mwatas do MPLA, inclusive, como se diz, o candidato a Presidente da República. Eu queria saber se eles já devolveram o dinheiro. Portanto, o BESA e outros bancos funcionaram como um antro para a lavagem de dinheiro”, vinca Ngola. A recapitalização e reestruturação do BPC é da responsabilidade do Ministério das Finanças, um dos accionistas, em nome do Estado. Completam a estrutura acionista, o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) e a Caixa de Segurança Social das Forças Armadas Angolanas. Via: Expansão/voa