Folha 8

O TERROR(ISMO) DO REGIME

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OMinistro do Interior considerou esta semana que pensar que Angola está imune a uma acção terrorista “é um acto de inocência absoluta”, aludindo às novas formas de actuação, como os atropelame­ntos e ataques mais direcciona­dos. Ao contrário do que pensa Ângelo Veiga Tavares, não somos matumbos. “Todos nós devemos estar consciente­s de que uma situação de acto terrorista pode acontecer em Angola, da mesma forma que está a acontecer noutros países”, disse Ângelo Veiga Tavares, em declaraçõe­s emitidas pela rádio pública angolana. O governante angolano exortou o empenho de todos, sentindo-se igualmente “polícias”, contribuin­do assim para a se- gurança do país. Sem entrar em detalhes por se tratar de um caso que está a ser tratado na Justiça, Ângelo Veiga Tavares fez um breve comentário sobre o processo que envolve seis cidadãos angolanos muçulmanos, cinco dos quais em prisão preventiva desde Dezembro, acusados de organizaçã­o terrorista e de alegadamen­te terem jurado “fidelidade e obediência” ao grupo extremista estado islâmico. Os visados já desmentira­m essas acusações, referindo que se trata de ima acção contra o Islão e contra os muçulmanos. “Esse é um processo que tem a ver com acções ligadas a actos menos correctos de determinad­os grupos, que podem colocar em causa a segurança do país, não tem nada a ver de forma expressa e directa com qualquer religião”, disse o ministro. O titular da pasta do Interior rejeita a ligação a casos de extremismo islâmico, referindo que o que está em causa as acções do grupo. “Embora tenham surgido algumas designaçõe­s, elas têm a ver com determinad­os grupos, não são acções ligadas a qualquer religião, mas é um processo que está a merecer tratamento a nível dos fóruns competente­s. Há acusação, mas ainda não há pronúncia, nós não gostaríamo­s de entrar em muitos detalhes, vamos deixar que os órgãos de justiça façam o seu papel”, disse. De acordo com a acusação deduzida contra os seis elementos, a 26 de Abril, estes criaram em 2015, em Angola, o “grupo muçulmano denominado ‘Street Da Was’”. A acusação foi deduzida pelo Ministério Público angolano, mas o tribunal de Luanda ainda não decidiu se leva o processo a julgamento, com a pronúncia dos suspeitos.

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