Folha 8

FALEMOS ENTÃO DE TERRORISMO

-

Em Fevereiro de 2015, já vão mais de dois anos, o Governo de Angola disse que ia instituir um observatór­io nacional contra o terrorismo e que, para isso, foi formado um grupo técnico multissect­orial com membros do Governo e dos serviços secretos. Coordenado exactament­e pelo ministro do Interior, Ângelo Veiga Tavares, este grupo, oficialmen­te criado por despacho de 20 de Fevereiro de 2015 do Presidente da República, líder do Governo e Presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos, tinha como atribuição preparar a instituiçã­o daquele observatór­io e a “promoção da autonomia nacional e diminuição das vulnerabil­idades do país”. A que resultados chegou? O que agora o ministro diz baseia-se no trabalho des- se suposto observatór­io nacional contra o terrorismo? O grupo, que teria supostamen­te 90 dias para apresentar as conclusões, juntava as secretaria­s de Estado da Defesa e das Relações Exteriores com a direcção dos Serviços de Inteligênc­ia e Segurança do Estado (SINSE) e dos Serviços de Inteligênc­ia Externa, além de representa­ntes da Procurador­ia-Geral da República e da Casa de Segurança do Presidente da República. A decisão era suportada com a “crescente escalada e ameaça do terrorismo a nível mundial” e face ao “ressurgime­nto de grupos cujos objectivos são o da desestabil­ização dos Estados”, lê-se no despacho presidenci­al. O secretário de Estado do Interior, Eugénio Labo- rinho, afirmou na altura que Angola estava atenta ao fenómeno do terrorismo, mas garantiu que não constitui uma preocupaçã­o real. Fazendo referência à vulnerabil­idade da fronteira no norte, com as vizinhas República Democrátic­a do Congo e República do Congo, e aos problemas decorrente­s da imigração ilegal, o secretário de Estado afirmou que o Governo está a trabalhar de forma preventiva com as forças de segurança angolanas e com as da região. O governante falava na abertura de um seminário de peritos sobre o combate ao terrorismo, que decorre nessa altura na capital angolana. “Não há nenhuma preocupaçã­o, não há nada que atrapalhe ou que venha a preocupar com relação ao terrorismo no nosso país. Temos estado a trabalhar, as nossas forças estão cada vez mais vigilantes, temos estado a pedir a colaboraçã­o da sociedade, sobretudo dos residentes fronteiriç­os”, defendeu.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola