MILHÕES, MUITOS MILHÕES, QUASE TODOS, SÃO DO MPLA
Recorde-se, entretanto, que a população angolana deverá duplicar a actual, passando dos actuais 27 milhões para 65 milhões, em 2050, segundo uma projecção do Governo, apresentada em Dezembro do ano passado em Luanda. Nessa altura certamente que o MPLA, que aspira a ser governo nos próximos trinta e tal (pelo menos) anos, terá já descoberto o que é a democracia e um Estado de Direito. Somos optimistas, é verdade! A Projecção da População 2014-2050 elaborada pelo impoluto, honorável, emérito e paradigma da seriedade Instituto Nacional de Estatística de Angola teve como principal fonte de dados as informações recolhidas no recenseamento Geral da População e Habitação de 2014, dados do Inquérito de Indicadores Múltiplos de Saúde (IIMS) de 2015-2016 e do Serviço de Migração de Estrangeiros de 2013. Para a realização da análise foram usados os métodos das componentes demográficas – natalidade, mortalidade e migração – a partir dos dados do censo de 2014, estando as projecções subdivididas em nacional, urbana, rural e por cada província, igualmente desagregadas por área de residência, sito é, urbana e rural. Esta projecção para o crescimento da população angolana está também aliada à taxa de fecundidade alta para as mulheres com uma média de seis filhos cada uma, até 2014, enquanto em 2024 aquela média deverá estagnar para três filhos. Em declarações à imprensa, na altura, o director-geral do INE, Camilo Ceita, referiu que o índice de fecundidade ainda é alto, porque os níveis de contracepção e de planeamento familiar ainda são muito baixos. Mas isso não é, estamos em crer, um mal para o regime que governa o país há 42 anos. Isto porque cada criança que nasce torna-se imediatamente (se não for mesmo durante a gestação) militante do MPLA. “Isso significa falta de informação, sobretudo na mulher e outro indicador também preocupante são as gravidezes precoces nas adolescentes (se fossem “gravidezes precoces” nas de idade avançada seria com certeza mais preocupante…) é muito alto, quer dizer que há aí muito trabalho por se fazer de informação e vimos também que quanto mais baixo o nível de ensino da mulher mais negativos os indicadores”, referiu. Registe-se o aturado levantamento do INEA para poder concluir, com base científica, que afinal o baixo nível de instrução das nossas mulheres tem a ver com as gravidezes não programadas. É obra! Relativamente à mortalidade, aponta para uma redução face ao declínio (uma monumental aldrabice como referimos no artigo “Criminosa mentira do regime angolano” http://jornalf8.net/2016/ criminosa-mentira-do-regime-angolano/) da taxa de mortalidade infantil e infanto-juvenil e no aumento da esperança de vida ao nascer.