Folha 8

A FNLA E O PAÍS QUE HOLDEN QUERIA MAS QUE NÃO EXISTE

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AFrente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), um dos três partidos históricos do país, apresentou o seu programa de governação, assente em nove eixos e que propõe o afastament­o das instituiçõ­es angolanas do carácter de partido único. Sonhemos, irmãos! O programa de governação, apresentad­o pelo líder do partido e cabeça-de-lista concorrent­e à eleição por via indirecta, não nominal, ao cargo de Presidente da República nas eleições de 23 de Agosto, Lucas Nonga, defende a Reforma do Estado, a manutenção da forma Republican­a e da Laicidade do Estado angolano, bem como a consolidaç­ão do Estado Democrátic­o e de Direito e Reformas Sociais. Sonhemos, irmãos! A definição de uma Política Cultural para Angola enquanto país africano, a consolidaç­ão do Processo de Reconcilia­ção Nacional, as Reformas Económicas do país e a Revisão da Política Externa de Angola são os restantes eixos do programa de governação da quarta força política da oposição angolana. Sonhemos, irmãos! O documento sublinha que Angola é um país saído “das convulsões sociais resultante­s de erros de escolha ideológica­s, ditada pelo clima de Guerra Fria, que dominou o século XX”. Até às eleições de 1992 vigorou em Angola o regime de partido único, com o país a ser liderado pelo MPLA. Depois disso vigora a prática de partido único, numa versão mais “soft”. “A FNLA entende que as eleições não são um jogo de promessas populistas irrealizáv­eis. É um compromiss­o que se assume perante um povo como pacto social que traz consigo a concretiza­ção das aspirações mais profundas do povo angolano”, disse Lucas Ngonda. E disse bem, quase parecendo que Angola é o que nunca foi durante os últimos 42 anos: uma democracia e um Estado de Direito. O político lembrou que a FNLA, na luta de libertação – juntamente com o MPLA e a UNITA foi um dos três movimentos guerrilhei­ros contra o poder colonial português -, cumpriu o seu programa com a ascensão de Angola à independên­cia. “Hoje trata-se de abordagem do seu programa maior a longo prazo, o qual seguirá as etapas essenciais pelas sucessivas gerações de patriotas”, disse Lucas Ngonda. A aprovação de uma nova Constituiç­ão, a criação de um parlamento bicameral (Assembleia Nacional e Senado), em que o primeiro-ministro é o chefe o Governo, uma eleição separada do Presidente da República, a criação de um Conselho de Estado, que integrará entidades que exerceram altas fun- ções no Governo ou que tenham prestado serviços relevantes à nação, bem como actuais reis (autoridade­s tradiciona­is) são algumas das propostas de governação da FNLA. A FNLA concorre às eleições gerais de 23 de Agosto com outras cinco formações políticas – MPLA, UNITA, CASA-CE, PRS e APN -, situando-se na quinta posição no boletim de voto. Angola vai realizar eleições dentro de dois meses, e conta para o efeito com um número de 9.317.294 eleitores, segundo dados oficiais que o Ministério da Administra­ção do Território entregou à Comissão Nacional Eleitoral.

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