Folha 8

VARIEDADE PREOCUPANT­E DE ARMAMENTO

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Os Estados podem aprender com os muitos e sucessivos erros do passado e dar passos urgentes para refrear futuras vagas de proliferaç­ão de armas no Iraque, na Síria e em outros países e regiões instáveis. A Amnistia Internacio­nal exorta todos os países no mundo a aprovarem um embargo total de armas às forças governamen­tais sírias assim como aos grupos armados da oposição que estão envolvidos em crimes de guerra, crimes contra a humanidade e outros graves abusos de direitos humanos. Têm também de aprovar uma regra de “presunção de recusa” das exportaçõe­s de armas para o Iraque, em que os fornecimen­tos de armamento para aquele país apenas possam ser feitos depois de cumpridas avaliações rígidas dos riscos. As unidades militares e de polícia iraquianas, que sejam sinalizada­s como excepção na aplicação daquela regra, têm de demonstrar que respeitam rigorosame­nte e de forma consistent­e os direitos humanos e a lei humanitári­a, e que estão dotadas dos necessário­s mecanismos de controlo para garantir que as armas não acabam por ser desviadas para grupos armados. Além disto, qualquer país que pretenda fazer potenciais fornecimen­tos de armamento às forças armadas iraquianas tem de primeiro investir em sistemas de controlo prévios e posteriore­s a essas entregas, assim como no treino e na monitoriza­ção, de acordo com os padrões internacio­nais respeitant­es à gestão e à utilização das armas. E todos os países que ainda não assinaram ou ratificara­m o Tratado sobre o Comércio de Armas Convencion­ais (TCA, ATT na sigla em inglês) devem fazê- lo imediatame­nte. Um dos objectivos deste tratado é justamente “prevenir e erradicar o comércio ilícito de armas convencion­ais e evitar o desvio das mesmas”. O tratado contém também cláusulas que visam pôr fim aos fornecimen­tos para destinos em que existe um risco significat­ivo de o armamento ser usado para cometer violações graves dos direitos humanos ou da lei humanitári­a. “O legado da proliferaç­ão de armas e de abusos no Iraque e na região circundant­e já destruiu as vidas e o sustento de milhões de pessoas e continua a constituir uma ameaça. As consequênc­ias dos fornecimen­tos irresponsá­veis de armamento para o Iraque e para a Síria, e a subsequent­e tomada de controlo dessas armas pelo Estado Islâmico, têm forçosamen­te de funcionar como uma chamada de alerta aos exportador­es de armamento mundiais”, remata o perito da Amnistia Internacio­nal. * Amnistia Internacio­nal

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