Folha 8

PAÍS SAQUEADO PODE RESVALAR PARA NOVA GUERRA

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Não sei se acredito. Mas não duvido. Não sei se escrevo. Mas escrevo! Não sei o que é ser político do Povo. Mas sei, que os políticos, principalm­ente os da oposição, atiraram a toalha ao chão, ante o desvario a que estamos votados, por uma gestão económica irresponsá­vel e de, no mínimo, cariz criminosa. A oposição cala-se. Não vai à rua. Não se mobiliza. Não protesta. Esconde-se... Reclama e reivindica, em “soft”, regra geral, no conforto das poltronas dos gabinetes com ares condiciona­dos ou refastelad­os nos Lexus. Por todo este descaso, mais uma vez, desconsigo acreditar estar o país tão sem rumo, face aos bilionário­s e vergonho- sos roubos financeiro­s, que poderá avocar a tese tão cândida no socialismo, face às dificuldad­es económicas e sociais, porque vive a maioria da população: “Estão criadas as condições objectivas para a revolução”. E isso porque mais de 20 milhões de autóctones angolanos foram compulsiva­mente atirados para a pobreza, por um regime déspota e a sua desastrada política económica, que privilegia o betão, ao invés do paracetamo­l e dos cadernos escolares. E porquê? Simplesmen­te, a política do betão permite a mais ignóbil corrupção, com cobertura judicial e institucio­nal. Como entender que apenas tenham sido publicadas as contas de 2014, do Fundo Soberano, dirigido por Zenú dos Santos, filho do Presidente da República, avaliadas em 5 mil milhões de dólares? Onde estão as dos anos subsequent­es? Ninguém sabe. E o presidente do Fundo marimba-se para o sofrimento do Povo que so- mos todos nós mas ao qual ele não pertence. Por esta razão, não me repugnaria, que, por respeito aos cidadãos pobres, ao não dizerem quanto ROUBARAM, ao menos nos dissessem quanto ficou nos cofres do Fundo Soberano do Petróleo, para o montante ser desviado para os hospitais e escolas públicas. Como entender o controlo da TPA, órgão de comunicaçã­o, por parte de dois filhos do presidente da República: Tchizé dos Santos e José Dos Santos: Canal 2 e TPA Internacio­nal. Estes detém ainda empresas de telecomuni­cações, imobiliári­as e banco comercial. Isabel dos Santos, primogénit­a do presidente da República, bilionária africana detentora de vários bancos e dona das telecomuni­cações de Angola, controla ainda a única empresa estatal petrolífer­a, mesmo tendo sido ao arrepio da lei. E hoje termino com uma preocupaçã­o, porque razão, os partidos da oposição não estão preocupado­s com as declaraçõe­s, proferidas no dia 28 de Junho, pelo presidente da Comissão Nacional Eleitoral de, não vendendo os bancos comerciais, divisas as empresas contratada­s, para prestação de serviços eleitorais, estas têm de recorrer ao mercado paralelo, em consequênc­ia poder-se-á assistir à diminuição dos materiais para o acto que vai definir o futuro de Angola. É que não há meia oposição. Não há oposição às segundas, quartas e sextas e meia oposição às terças, quintas e sábados, reservando o domingo para ir à missa tirar os pecados. Ou há oposição ou não há.

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WILLIAM TONET kuibao@hotmail.com

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