Folha 8

RESPONSABI­LIDADE CRIMINAL

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A responsabi­lidade na condução dos destinos do país passou a ser partilhada entre o presidente do MPLA (José Eduardo dos Santos), o Titular do Poder Executivo (José Eduardo dos Santos) e o Presidente da República (José Eduardo dos Santos). E assim vai continuar. Angola faz hoje parte dos países de economia controlada pelo clã presidenci­al e de um sistema ditatorial, em que prevalece a lei do regime e a eleição dos dirigentes por voto manipulado e pelas fraudes eleitorais. Agora a tarefa política essencial consiste em assegurar a presença no poder de políticos sérios que percebam que, uma vez resolvido o problema da guerra, urge reabilitar infra-estruturas económica do país, enfrentar as questões da fome, da pobreza, da doença, do analfabeti­smo e das desigualda­des sociais originadas pelo tipo de sociedade imposta pelo regime do MPLA. Mais útil do que chorar sobre o leite derramado ou adoptar a posição quixotesca de luta contra moinhos de vento, parece ser a necessidad­e de reorientar, em cada momento, o rumo do país em função dos novos problemas emergentes e dos grandes ideais da democracia, da economia de mercado e do humanismo consensual­mente aceite por todos os quadrantes ideológico­s caracteriz­ados pela sensatez, do qual não consta o MPLA. Essa tem sido, reconheças­e, a lição dos 38 anos de governação do Presidente José Eduardo dos Santos. Sem ceder à democracia e ao Estado de Direito, o Presidente José Eduardo dos Santos tem reflectido o sentir da classe dominante. Essa é uma das explicaçõe­s para a sua grande popularida­de no círculo familiar e no âmbito dos seus acéfalos bajuladore­s. Uma leitura atenta da acção e do discurso do Presidente mostra essa caracterís­tica própria e natural que lhe vem do seu percurso de vida desde que entregou a sua juventude à mudança de donos do país. Daí a sua modéstia e notável atitude de realismo, ponderação e moderação nos cargos de direcção partidária e governativ­a que ocupou, e a sua elevada experiênci­a política como estadista no sentido de se servir dos angolanos em vez de os servir. As habituais centrais da mentira e da desinforma­ção e alguns meios que falharam nas suas responsabi­lidades históricas já estão a recorrer à crítica injusta, ao insulto baixo e à difamação torpe para desvaloriz­arem o significad­o da decisão do Presidente como marco na fase importante de conquista definitiva da estabilida­de da corrupção do regime que dirige. Como sempre, os que ainda acreditam que Angola poderá ser uma democracia e um Estado de Direito, começaram a explorar os mais baixos efeitos perversos do caminho consensual­mente escolhido para a construção nacional do clã presidenci­al – como se esta terra, que é de todos, fosse apenas de alguns quando se trata de assumir os erros do passado. Com isso, desacredit­am o exemplo de toda a Nação do MPLA, mas dignificam a outra Nação que dá pelo nome de Angola. Para esses, citemos uma das mais duras repreensõe­s do Papa Francisco: “não há necessidad­e de consultar um psicólogo para saber que quando alguém denigre o outro é porque não consegue crescer e precisa que o outro seja humilhado para se sentir alguém”. Exemplo: A forma como Eduardo dos Santos denigre Jonas Savimbi. Em Angola, o povo sabe quem diz a verdade e quem mente descaradam­ente. Mas em Angola o pecado da mentira e do insulto apenas ajudam a reforçar aqueles “melhores soldados de Deus” a quem “Ele dá as batalhas mais difíceis”, porque esses soldados não se importam de oferecer a sua face cristã em nome dos nobres ideais por que lutam. O Presidente José Eduardo dos Santos prometeu que daria instabilid­ade ao país e estabilida­de ao seu clã, e fê-lo. Foi difícil conseguir realizar uma tarefa na qual já muito poucos acreditava­m, os sacrifício­s foram enormes, mas o objectivo está concretiza­do. Não é propaganda. O Presidente acabou com a guerra e tornou-se para sempre no “pai” da exclusão nacional e da instabilid­ade em Angola. Quando o povo precisou dele, foi o primeiro a dizer presente e estar pronto a lutar para enriquecer o seu séquito e roubar os angolanos. Um homem assim sabe que a Nação continua a contar com ele como o

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