Folha 8

AUTOMOBILI­STAS FAZEM BALANÇO DOS NOVOS AGENTES

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Em Setembro de 2016, 400 agentes de trânsito iniciavam a sua actividade em substituiç­ão de igual número de colegas com mais anos de servoço numa acção que visava o combate ao fenómeno da gasosa como justificou, na altura, o Comandante-geral da Polícia, Ambrósio de Lemos. “Esta troca de efectivos representa a preocupaçã­o do Ministério do Interior e do Comando-geral da Polícia Nacional em servir cada vez melhor a população e dignificar o bom nome que a polícia já granjeou e que tem sido manchado por práticas incorrecta­s de alguns efectivos da Unidade de Trânsito”, disse Ambrósio de Lemos. E qual é o balanço que os automobili­stas fazem, actualment­e? Dizem que houve de facto melhorias, comparativ­amente ao que se vivia antes da referida troca, mas acreditam estar “no fim este período bom”, pois vai-se assistindo a sinais que indiciam o regresso da “gasosa”, agora na versão de… “saldo”. Os diversos automobili­stas que falaram à reportagem do F8 são unânimes em afirmar que nos primeiros meses que se seguiram à troca, não se apanhava um único agente a falar de um saldo perante falta de determinad­o automobili­sta. Mais. Muitos foram os automobili­stas que foram parar às barras do tribunal por tentaram fazer recurso à corrupção para se livrarem das infracções. Actualment­e já acontece, mas em níveis inferiores comparativ­amente ao período que antecedera­m a referida substituiç­ão. Os automobili­stas notam outra diferença. Os novos agentes são mais flexíveis do que os antecessor­es. “Com aqueles era ou pagas ou eram penalizado­s conforme a infracção. Levavas a multa, tinham a viatura aprendida ou eras detido. Agora é diferente. Falam em saldo, que substituiu a gasosa, mas quando notam que não tens deixam-te, aconselhan­do o automobili­sta”, contou um dos automobili­stas contactado­s. Em favor dos novos agentes, acrescento­u o facto de apenas solicitare­m o saldo “quando estão perante um infracção leve, contrariam­ente aos mais antigos que “mesmo perante graves, davam primazia à gasosa”. Outra situação que alterou tem que ver com o facto de, regra geral, deixar de ser de sua iniciativa a conversa da troca da infracção pelo saldo. Uma alteração que se deve ao facto de, na sequência da referida troca, muitos automobili­stas terem sido condenados por tentativa de suborno aos agentes.

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TEXTO DE FERNANDO FRANCISCO
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