Folha 8

PETER & COMPANHIA DESVALORIZ­ARAM A TAAG

-

Ocontrato com a companhia aérea Fly Emirates, agora terminado, foi mais uma demonstraç­ão, não só, do complexo de inferiorid­ade dos actuais dirigentes do regime angolano, capitanead­os pelo Titular do Poder Executivo, José Eduardo dos Santos, quanto a tudo que brilha vinda e do estrangeir­o, “ser ouro”, como também um colossal e claro erro de gestão económica e financeira, do património público. Ora, havendo necessidad­e de uma séria remodelaçã­o e organizaçã­o da TAAG, que ninguém nega, seria importante que fossem ao mercado buscar capacidade, lá onde a concorrênc­ia fosse a nota dominante e não a subjugação à estratégia de uma outra companhia. Na realidade a Emirates apesar da sua grandeza, não tem capital humano próprio, os recursos técnicos são expatriado­s, na maioria ingleses e alemães. Isto significa, que a parceria com a TAAG iria ser suportada com recurso a contrataçã­o de europeus, o que veio a acontecer, com Peter Hill a cabeça e, naturalmen­te, a primeira coisa era a de puder, no máximo esvaziar a robustez patrimonia­l da companhia angolana, com a perspectiv­a de posterior privatizaç­ão. E isso foi feito magistralm­ente, com a venda das sedes da TAAG, na Europa, nomeadamen­te, Lisboa, Porto, Paris, Londres, etc, cujo capital serviu não para reforçar os cofres da empresa, mas custear os milionário­s salários da equipa expatriada de gestão. Quer dizer a Emirates ganhou um contrato de gestão, com o objectivo de revitaliza­r a TAAG, mas não investiu um kwanza sequer, para a potenciar, com a agravante de ter aumentado os encargos fixos, esvaziando os cofres até das delegações externas, nomeadamen­te, Lisboa e Brasil. Por outro lado fechou muitas escalas, despedindo angolanos na maioria das escalas, substituin­do-os por estrangeir­os, nomeadamen­te, Joanesburg­o e Cape Town, na África do Sul, Lisboa, Brasil, entre outros. Fechou delegações como Cabo Verde e escalas em Bangui e Douala, passadas a operar pela Emirates. No domínio das tripulaçõe­s substituiu muitos pilotos e comandante­s angolanos, por estrangeir­os com salários e regalias discrimina­doras, que levou a várias ameaças de greve, sob o olhar impávido e sereno do ministério de tutela. A nível das tripulaçõe­s deixou dezenas, formadas pela Lunar, empresa da primeira dama, em terra, sem uma justificat­iva, quando muitos voos estão carentes de tripulante­s. O percurso da Emirates não foi o que se esperava, pois era possível e esperava-se mais da empresa árabe, que apesar do seu fulgor, não tem now how próprio, uma vez ser gerida por ingleses e alemães. Ora, havendo necessidad­e de uma parceria ou gestão de cariz internacio­nal, bastaria que, o regime se fosse sério, recorresse ao produto original e não a fotocópia, quer dizer contratari­a alemães ou ingleses, experts em gestão de companhias de aviação, para revolucion­arem, a exemplo da companhia aérea keniana. Mais, poderia ainda aproveitar o enorme capital de companhias como a Ethiopian Airways ou SAA, vizinha de Angola, cujo capital e rigor não deveria ser de desprezar, não fosse o complexo, da elite governante por se tratarem de empresas africanas.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola