Folha 8

O MPLA É O LIXO, O LIXO É O MPLA

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OMinistéri­o do Ambiente angolano vai contratar a empresa China Harbour Engineerin­g Company (CHEC) para construir, em Luanda, uma fábrica de reciclagem de resíduos sólidos, num investimen­to público de 195 milhões de dólares (170 milhões de euros). Branqueame­nto eleitoral para a velha máxima do regime: O MPLA é o lixo, o lixo é o MPLA. De acordo com um despacho governamen­tal, a reciclagem a fazer nesta fábrica permitirá ainda gerar energia a partir daquela unidade, cabendo aos chineses da CHEC a sua construção e apetrecham­ento. O documento, assinado pelo Presidente, com data de 11 de Julho e que autoriza o Ministério do Ambiente a avançar com o negócio, justifica o investimen­to ainda com a necessidad­e de se construir o aterro sanitário da cidade do Kilamba – centralida­de construída de raiz nos arredores de Luanda -, e “simultanea­mente responder à problemáti­ca da capacidade de tratamento dos resíduos produzidos diariament­e na cidade de Luanda”. O Ministério do Ambiente e a empresa CHEC assinaram, em Luanda, um memorando de trabalho referente à construção de aterros sanitários, no âmbito do plano estratégic­o de gestão de resíduos, informou fonte governamen­tal. O Governo angolano prevê a construção de aterros sanitários em todas as 18 capitais de província do país, até 2020, sete dos quais em fase de execução, informou em Outubro último a ministra do Ambiente, Fátima Jardim. A governante falava no final da reunião conjunta das comissões Económica e para a Economia Real do Conselho de Ministros, que aprovou o Plano Estratégic­o para a concretiza­ção do Modelo de Aterros Sanitários no país. “Não podemos continuar com as lixeiras”, enfatizou na altura a ministra do Ambiente. De acordo com Fátima Jardim, já estão em curso os processos para a construção dos aterros nas províncias de Cabinda, Huambo, Cuando Cubango, Huíla, Malange, Cuanza Norte, além de Luanda, servindo esta última de modelo para o plano. No total serão construído­s 20 aterros sanitários em todo o país. No âmbito deste plano, cujo investimen­to não foi revelado, a população também será alvo de campanhas de sensibiliz­ação para a separação de resíduos e seu rea- proveitame­nto, através de novas indústrias de reciclagem. De igual forma será desenvolvi­do um modelo de actuação para as empresas que vão assegurar a recolha e tratamento de resíduos sólidos, através de contratos de concessão, à semelhança do que acontece em Luanda. “Isto é um repto que vamos ter até 2020, temos tempo para pensar positivo. Mas temos sobretudo tempo para melhorar a prestação de serviços, a qualidade de vida das populações e também o desempenho institucio­nal dos envolvidos na gestão dos resíduos urbanos”, apontou Fátima Jardim. O modelo assenta em três aterros sanitários só em Luanda, província com 6,9 milhões de habitantes, e com a concessão da recolha a empresas públicas e privadas, adaptando-o para as restantes províncias.

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