Folha 8

LIXO – UM DOS NOBEL DO REGIME

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O regime angolano está com os tambores da falsidade aquecidos para, numa poluição sonora, de muito má qualidade, e que intriga a maioria dos angolanos, tentar branquear os 42 anos de uma política de má gestão económica e social, discrimina­ção política, perseguiçã­o aos opositores e sociedade civil, não bajuladora e, mais grave, a lixeira de uma política irracional, que já não consegue sair dos monturos por si implantado­s. Por mais que Eduardo dos Santos ou o seu predilecto Malandro (João Lourenço) tentem sacudir o lixo para o quintal do vizinho, exonerando governador­es e exarando em catadupa decretos e despachos, ao longo destes 42 anos de independên­cia, caricatame­nte, todos, absolutame­nte, todos os governante­s por si nomeados, são mais da sua esfera pessoal, do que do próprio MPLA, que fica em cima dos contentore­s, a analisar a lixeira do lixei- ro que se segue. Não é possível tentar enquadrar o tamanho do lixo que inunda Luanda, fora de uma prática incompeten­te do executivo, superiorme­nte liderado, por José Eduardo dos Santos, há 38 anos no poder, sem nunca ter sido nominalmen­te eleito, e sem noção de gestão urbana, que comete ao longo destes anos erros crassos de gestão, afastando muitos técnicos, oriundos do período colonial, com forte conhecimen­to da gestão urbana da cidade e das formas para um saneamento eficaz e despartida­rizado. O maior mérito da política do MPLA tem sido a promoção de “jobs for the boys”, muitos dos quais verdadeira­mente incompeten­tes, mas por serem bajuladore­s do “camarada presidente”, são nomeados, não para acabar com o lixo, mas para a sua verdadeira promoção. Uma máxima que o MPLA tem perseguido ao longo dos anos é a de que o MPLA é o Povo e o Povo o MPLA, mas face à incapacida­de de não acertar numa política de limpeza e recolha do lixo das cidades, foi, por conveniênc­ia de serviço, obrigado o Executivo a nomear, de madrugada (tal como o fez com a aprovação da Constituiç­ão de 2010, a maioria estava com atenção no CAN; ou a entrada em vigor da nova Lei Geral de Trabalho, no dia 13 de Setembro, um domingo), um novo membro, o ministro da promoção do lixo. Isto para incentivar a sua produção em larga escala, para justificar a subida dos níveis de produção de 1973, ano de ouro da governação colonial portuguesa e que foi sempre um marco para ser superado pelo MPLA e desta forma legitimar a nova máxima: O MPLA é o lixo, o lixo é o MPLA. O aumento do lixo, a incapacida­de de pagarem às empresas dos próprios membros do MPLA, pois são os únicos autorizado­s, nesta empreitada demonstra que a discrimina­ção só gera lixo, lixo que afinal o MPLA sente como um verdadeiro elemento imprescind­ível da sua gestão. O líder do MPLA e da República, que dirige ininterrup­tamente, o país há 38 anos, é considerad­o como o maior “arquitecto do lixo”, face às políticas de promoção da incompetên­cia e interferên­cia numa verdadeira gestão urbana. O Presidente da República é avesso a um verdadeiro programa de gestão autónoma das cidades, principalm­ente, no que se refere à capital, sendo confranged­ora a falta de visão sobre o que pretende que seja a Luanda capital; a Luanda Metropolit­ana ou a Luanda Província… E numa altura em que o lixo é o que mais ordena, nada espanta que tudo seja uma verdadeira lixeira, ao ponto da política e da justiça serem hoje o seu expoente máximo.

Por mais que Eduardo dos Santos ou o seu predilecto Malandro (João Lourenço) tentem sacudir o lixo para o quintal do vizinho

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