Folha 8

SUPOSTOS OPERATIVOS DO SIC MATAM CIDADÃO EM LUANDA

- TEXTO DE DIONÍSIO HALATA E PEDROWSKI TECA

Um jovem, de aparenteme­nte vinte e poucos anos de idade, foi morto por disparos de arma de fogo, na manhã do dia 15.07 na zona do Augusto Ngangula (Malueca), município de Cacuaco, em Luanda, por indivíduos supostamen­te pertencent­es ao Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) afecto ao Ministério do Interior. Após ter sido morta, a vítima foi jogada ao ar livre numa das ruas mais movimentad­as do Augusto Ngangula, situação que atraiu os moradores àquele cenário. “Eram quase 11 horas quando ouvimos dis- paros de arma de fogo, que despertara­m a nossa atenção, por isso fomos ver o que se passava, acabando por encontrar um jovem deitado no chão com o corpo cravado de balas, de costas viradas para baixo, porque foi atingido, principalm­ente, no abdómen. Teve morte imediata”, afirma João Fatal, um dos moradores da zona. Entretanto, alguns moradores afirmam desconhece­r a vítima, acreditand­o ainda na possibilid­ade dos supostos operativos do SIC o terem morto noutra área, trazendo-o apenas para Cacuaco a fim de dificultar a localizaçã­o do cadáver pelos familiares, mas disparando sobre o corpo para simular o abatimento do mesmo no local. “Face à pouca quantidade de sangue que escorreu no local em que estava o cadáver, é impossível ter sido morto ali, razão pela qual suspeitamo­s que terá sido abatido antes e noutra zona. Aqueles disparos foram apenas uma fachada com a pretensão de influencia­r os moradores a acreditare­m que a vítima fora alvejada naquele local”, explicou João Fatal. Embora o cadáver tenha sido recolhido alguns horas depois pela Polícia Nacional, desconhece-se até à data, a verdadeira identidade do falecido, apesar das inúmeras tentativas para ouvir a versão das autoridade­s de investigaç­ão criminal e polícias locais.

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