Folha 8

RESULTADOS DA NEGLIGÊNCI­A

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Passados dois dias, a dor não cessava e borbulhas começaram a surgir nos braços e pernas de Adilson Caiúlo. Foi levado pelos seus familiares à sala de urgência da Clínica do Prenda, onde após ler a receita que lhe havia sido administra­da, o médico exclamou que lhe foi aplicada uma composição errada para dores de estômago. O médico esclareceu que as borbulhas no corpo são alergias resultante­s das ampolas aplicadas. Por nova receita médica, a família de Adilson Caiúlo teve de comprar outras ampolas, que após serem administra­das, aliviaram as dores do estômago. Naquela noite, Adilson conseguiu ter uma noite tranquila, tendo a sugestão de marcar consulta de dermatolog­ia no Hospital Josina Machel. “No dia seguinte, as bolas começaram a ficar tensas e a dar-me muitas dores nas pernas e os braços inflamaram. Não conseguia andar. Só chorava, louvava e orava”, disse. Na dor e desespero, Adilson Caiúlo procurou a intervençã­o da igreja, que também o orientou a regressar ao hospital onde lhe foi dada a medicação errada. O paciente dirigiu-se ao Hospital Geral de Luanda, que o transferiu para o Hospital Américo Boa Vida. “Chegando lá, fui posto na sala de urgência, onde quase fiz 5 horas para ser atendido, mas graças a Deus fui atendido e ao mesmo tempo internado”, disse. Somente no dia seguinte é que o paciente foi observado e submetido a alguns exames para se descobrir o que lhe havia causado a reacção. Após uma semana de tratamento, as feridas se alastravam cada vez porque a medicação não estava a fazer efeito. “De tanta dor e medo, gritei: Jesus me ajuda. Os doutores todos preocupado­s disseram que iriam trocar os antibiótic­os. Dali então, trocaram e graças à Deus começou a surtir efeitos”, exclamou. A denúncia de Adilson Osvaldo João Caiúlo, que demonstra a realidade dos hospitais em Angola, ganhou solidaried­ade na rede social Facebook, onde vários cidadãos se indignaram e ajudaram na divulgação de mais uma negligênci­a médica. “Só agora tenho a certeza que muitas mortes em Angola são provocadas por muitos enfermeiro­s e doutores mal formados e assassinos”, rematou a vítima.

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