Folha 8

POR VEZES ERA MELHOR ESTAR CALADO

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No dia 24 de Novembro de 2016, Alcides Sakala disse que a manifestaç­ão agendada para dois dias depois, e entretanto proibida com base no artigo único da “Constituiç­ão” da ditadura do MPLA (“quero, posso e mando”) em Luanda, contra a nomeação – pelo pai – de Isabel dos Santos para dirigir a Sonangol, era um direito dos cidadãos consagrado na Constituiç­ão, por isso o seu partido encorajava e apoiava os seus organizado­res. Por outras palavras. Encorajava e apoiava mas ficou em casa. Fez mal, na altura. Pois. “Nós analisamos esta questão e a nossa posição é de encorajame­nto, porque é um direito que cabe aos angolanos, consagrado constituci­onalmente. Mas a UNITA não só apoia como também encoraja a sua organizaçã­o, mas não vamos participar”, disse Alcides Sakala. Não foi o mais acertado. Se não fosse de uma pessoa racional a explicação seria irracional e até daria para rir. Foi um pouco ao estilo dos arautos do regime, tipo Luvualu de Carvalho, João Pinto ou Estêvão Alberto. Isabel dos Santos foi nomeada em Junho de 2016, no âmbito da reestrutur­ação da maior empresa pública de Angola e em causa estava (como continua a estar) o facto de a empresária ter sido nomeada Presidente do Conselho da Administra­ção da Sonangol, pelo pai, Titular do Poder Executivo e chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, violando de facto e de jure a Lei da Probidade Pública. Se a isso se juntar o facto de a empresária deter posições relevantes noutras empresas que negoceiam com a Sonangol, não restarão dúvidas quanto à (i) legalidade da nomeação.

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