Folha 8

JOÃO LOURENÇO TEVE POUCA SORTE I

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Desde há muito tempo, sobretudo depois de se tornar evidente aos olhos dos angolanos que a saúde de JES ia de mal a pior, tem sido hobby dos angolanos versados em política tentar adivinhar quais as altas personalid­ades do governo tinham chances de ocupar o lugar mais alto do pódio dos candidatos a presidente da Repúblicas. Assinalara­m-se como principais favoritos quatro mosqueteir­os das finanças dúbias, na primeira linha Manuel Vicente, Hélder Júnior Vieira Dias Kopelipa e Fernando Piedade Dias os Santos Nandó, atrás, Isabel dos Santos e Filomeno dos Santos, mas nenhum foi avante, o vencedor dessa corrida ao pelouro máximo foi o ministro da Defesa, João Lourenço, Surpreende­nte e curiosa ascensão! Para começar, a sua chegada ao topo do areópago do poder, sem querer ofender, assemelha-se à entrada de um espermatoz­oide num óvulo, mais precisamen­te, à entrada no óvulo duma mulher, se nos referirmos à doutrina cristã, que considera o espermatoz­oide vencedor, o que entrou no óvulo, como sendo portador duma mensagem de Deus, a alma, que só os seres humanos têm. Quanto ao caso de João Lourenço, certo é que, na sua subida ao posto de candidato a presidente da República, ele se fez acompanhar duma mensagem, não de Deus, é verdade, mas de Sua Excelência. Qual mensagem? ... Uma mensagem que assenta como uma luva no teor da doutrina teológica da Igreja Católica, e não só, segundo a qual a opacidade dos mistérios religiosos permite transforma­r o que parece absurdo em dogma, ou seja, em inamovível e indiscutív­el verdade religiosa. Ainda no que diz respeito a João Lourenço, a verdade decorrente, claro está, é a política, ou seja, a palavra de Sua Excelência - e que louvado seja ela -, enquanto nos seus discursos de campanha, o que ele tem por missão é prometer ao povo o que sempre lhe foi recusado. Pouca sorte.

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