CASA-CE PREPARA UM XEQUE (SERÁ MATE?) AO MPLA
Opresidente da CASACE, Abel Chivukuvuku, parece finalmente ter afinado a pontaria para o essencial, deixando de lado o acessório. O tempo já não é muito, mas mais vale tarde do que nunca. E como muitas das críticas são perfilhadas também pela UNITA, é bem possível que o candidato do MPLA sofra uma pesada baixa. Abel Chivukuvuku diz, e bem, que o candidato do MPLA, João Lourenço, não consegue (e não consegue mesmo) expor as suas ‘’boas ideias para o país’’ num debate televisivo com os demais concorrentes às eleições. Como nos habituou ao longo de 42 anos, o MPLA é forte com os fracos e fraquinho com os fortes. O líder da CASACE renovou o convite a João Lourenço, na mesma linha do que tinha feito a UNITA, para o candidato do MPLA mostrar o que (não) vale num debate de ideias com os seus concorrentes directos, deixando de se resguardar na propaganda da comunicação social do regime (TPA, RNA, Jornal de Angola). Segundo Abel Epalanga Chivukuvuku, Angola vive há 15 anos em paz, com a devida referência ao persistente e endémico conflito de baixa tensão na província de Cabinda. No entanto, afirma, tem crescido o ambiente de preocupação, receio e an- siedade no íntimo de milhões de angolanos, quanto ao futuro do país a curto ou médio prazos. Este clima de preocupação, receio e ansiedade foi gerado por três factores, todos eles interligados. Em primeiro lugar, considera Abel Chivukuvuku, derivou do facto de o ainda titular do poder executivo, em 38 anos de exercício do poder ter sido incapaz de permitir o fomento de instituições do Estado não só legítimas e legais, mas sobretudo credíveis, a desempenharem efectivamente o seu papel constitucionalmente consagrado. Em segundo lugar, José Eduardo dos Santos “mostrou-se indisponível perante a premente necessidade e inevitabilidade de serem estruturados convenientemente processos políticos credíveis e transparentes, ou modelos aceitáveis e legítimos conducentes à garantia de transições ou alternâncias democráticas de poder, de forma pacífica, ordeira e responsável.” “Por honestidade e realismo, importa também referir como terceiro factor, o facto de o titular do poder executivo ter tido ausências prolongadas do país, sem que os cidadãos tivessem merecido uma explicação honesta e verdadeira sobre a razão dessas ausências, permitindo assim o fomento de boatos que apenas reforçaram o clima de preocupação, receio e ansiedade”, diz o líder da CASA-CE.