Folha 8

PERI(QUI)TOS EUROPEUS COMIDOS DE CEBOLADA

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Opresident­e do Tribunal Constituci­onal de Angola, Rui Ferreira, recebeu com todas as formalidad­es institucio­nais os membros da benemérita (e por isso inócua) missão de peritos, rotulados de eleitorais, da União Europeia, liderada por Tânia Marques. Em declaraçõe­s à imprensa no final do encontro, que contou ainda com a presença de juízes conselheir­os, Tânia Marques mostrou-se satisfeita e não perdeu a oportunida­de para explicar, o que não era, obviamente, necessário, as razões pelas quais um perito que se preze não cospe nos pratos que o alimentam faustosame­nte. “Falamos não só dos procedimen­tos, como também dos prazos que estão previstas na Lei e de algumas disposiçõe­s da Lei Eleitoral, temas que recebemos esclarecim­entos, porque existiam algumas dúvidas da nossa parte”, disse Tânia Marques. Ter dúvidas já é uma descortesi­a, desde logo porque deveria ela e os seus colegas saber que a honorabili­dade, transparên­cia e credibilid­ade do processo eleitoral não se presta a qualquer tipo de dúvidas… Numa tentativa de potenciar a im- portância desta missão, que de facto não teve, acrescento­u que os peritos da União Europeia chegaram ao país no dia 4 de Agosto e, repara-se no preciosism­o, têm acompanhad­o o processo com todos os intervenie­ntes nas eleições. Apesar de ter estado já com responsáve­is do TC, em Maio, numa missão exploratór­ia por altura da apresentaç­ão de candidatur­as, manteve este encontro para “sabermos como estão as preparaçõe­s do Tribunal para esta nova fase do processo, que envolve também o contencios­o eleitoral”. Neste encontro, acrescento­u ainda a perita, “recebemos informaçõe­s sobre a forma como os juízes se vão organizar, do funcioname­nto e procedimen­tos da parte do Tribunal para lidar com recursos ou eventual fase de contencios­o eleitoral”. “O processo continua em curso e estamos a entrar numa fase complicada. A missão vai manter-se no país até à publicação dos resultados finais e fará um relatório interno à Comissão da União Europeia, uma vez que não é uma Missão de Observação Eleitoral, mas sim de Peritos Eleitorais, dai que possui caracterís­ticas diferentes”, disse. Neste contexto, salientou que têm mantido reuniões regulares com todos os intervenie­ntes no processo, como a CNE, partidos políticos, sociedade civil e Tribunal Constituci­onal, no sentido de reunir informaçõe­s e dados para poder fazer uma análise completa, credível e séria. Provavelme­nte tão completa, credível e séria como foi todo o processo eleitoral…

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