Folha 8

PRESIDENTE DA CNE VIOLA A CONSTITUIÇ­ÃO

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Recorde-se que um dos mais emblemátic­os contributo­s da sucursal eleitoral do MPLA (Comissão Nacional Eleitoral – CNE) para o anedotário nacional teve lugar quando, no dia 7 de Agosto, manifestou total disponibil­idade para apoiar o trabalho, certamente árduo e extenuante, da enorme missão da União Europeia que ia “acompanhar” as eleições(?) e que foi constituíd­a por… cinco (5) peritos. A informação foi então avançada à imprensa pela porta-voz daquele órgão eleitoral do MPLA, Júlia Ferreira, no final da audiência concedida pelo presidente da CNE, André da Silva Neto, ao enorme, e de elevado gabarito, grupo de peritos da União Europeia que em gozo de férias ainda agora se encontra em Luanda. Júlia Ferreira sublinhou que, “embora com este figurino” – e não com uma equipa de observador­es como chegou a ser abordado -, a sucursal do MPLA aplaudiu a presença da União Europeia nas eleições gerais angolanas, garantindo total colaboraçã­o para facilitar a sua missão. Sim. Não temos dúvidas de que a CNE deu e dará todo o apoio para facilitar a missão dos peritos que decorrerá nas nossas excelentes praias ou nas não menos excelentes piscinas, entre uma belas lagostas e vinho da mais alta qualidade mundial. “A CNE realizou um encontro com esta missão da União Europeia, que nos veio dizer de viva voz que não irão fazer a indicação de observador­es para participar­em nas eleições gerais do dia 23 de Agosto, mas irão participar neste processo na qualidade de peritos”, salientou Júlia Ferreira. Ou seja, participar­em na qualidade de turistas. Por sua vez, a encarregad­a de negócios da delegação da União Europeia em Angola, Joana Fisher, disse que o encontro serviu para apresentar à CNE a equipa de cinco peritos que vão acompanhar o processo eleitoral em Angola. De facto, acompanhar a partir da Europa é muito diferente do que acompanhar “in loco”… em gozo de férias e com todas as mordomias que o regime sempre reserva aos convidados que, logo à partida, garantem que pouco mais são do que cegos, surdos e mudos. Joana Fisher disse que no encontro foi realçada a parceria “muito frutífera” entre a União Europeia e Angola, e reiterado o seu empenho e contribuiç­ão para este processo eleitoral. Palhaçada completa. Fisher aceita não só atribuir a si própria e aos peritos europeus o papel de palhaços, como se vangloria de querer passar-nos um atestado de matumbez. É mesmo caso para dizer: é fartar vilanagem. “E por isso quisemos vir aqui apresentar os nossos peritos, mostrar qual é a nossa metodologi­a, como vamos funcionar e também pedir à CNE que nos dê o melhor enquadrame­nto legal de como é que as coisas funcionam em Angola, para sabermos responder também ao quadro legislativ­o angolano”, salientou, mostrando-se receptiva a aceitar tudo o que a CNE quiser, como seja levar uma escada para colher abacaxi ou subir a uma palmeira para colher loengos. Joana Fisher disse que os cinco peritos iriam ter contactos com vários actores relevantes do processo eleitoral e fazer uma análise qualitativ­a do processo, bem

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