MPLA/REGIME ENDURECE PERSEGUIÇÃO
Recorde-se, que antes do pleito eleitoral, já o Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA manifestara, entretanto, a sua apreensão e indignação com os sucessivos casos de “assassinatos selectivos de cidadãos por motivos políticos”: “1. O agravamento da postura discriminatória dos órgãos de comunicação social públicos, no tratamento desigual às candidaturas, favorecendo vergonhosamente o Partido-estado, numa clara violação da Constituição e da Lei; 2. A persistência dos actos de coacção, sequestro do eleitor e de corrupção eleitoral, praticados e publicitados em todo o país pelo candidato do MPLA, perante a passividade e omissão da Comissão Nacional Eleitoral, a quem o Estado angolano incumbiu a responsabilidade de estabelecer todas as medidas necessárias para que o processo eleitoral se desenvolva em condições de plena liberdade, justiça e transparência; 3. O facto de que o MPLA decidiu agora enveredar, mais uma vez, por assassinatos selectivos de cidadãos, por motivos políticos, pela violência física e verbal, assim como outras formas de intimidação do eleitor, com vista a alterar o clima de paz e de tranquilidade em que até aqui se vem desenvolvendo a campanha eleitoral; 4. O retorno, por parte do MPLA e seu candidato, do discurso da guerra, com a intenção clara de atiçar ódios que os angolanos enterraram desde 2002, demonstrativo de que os actos de intolerância que estão a decorrer um pouco por todo o país não são factos isolados.” Face a estas constatações, o Secretariado Executivo do Comité Permanente da UNITA decidiu: “1. Exortar o povo angolano a não ceder às provocações para que os inimigos da democracia não concretizem os seus intentos de impedir o voto de mudança; 2. Recordar às forças de Defesa e Segurança que a sua missão fundamental é a defesa da ordem constitucional estabelecida, defen- dendo a paz, a democracia e a soberania do povo que deverá ser expressa, pelo voto livre e democrático dos angolanos, no dia 23 de Agosto de 2017; 3. Apelar à Comissão Nacional Eleitoral a afirmar a sua independência institucional de forma a assegurar, de modo efectivo, a igualdade de oportunidade e de tratamento das diversas candidaturas.” Neste contexto, a “UNITA considera que chegou a hora da mudança e exorta os angolanos, de todas as matrizes, a usar da sabedoria para não permitir que as ideias do passado, os discursos caducos e os interesses instalados da corrupção inviabilizem a instauração do Governo Inclusivo e Participativo.” Mas já sabendo ao que ia e com o que podia contar, ainda assim, talvez, ingenuamente, a UNITA decidiu avançar e o resultado foi o mesmo de sempre, uma magistral batota eleitoral, com a arrogância da CNE do MPLA ostensivamente violar a Constituição e a Lei 36/11 de 21 de Dezembro, Lei Orgânica das Eleições Gerais.