Folha 8

UMA TRADUÇÃO LINEAR

Operação Fizz”, conduzida pelas autoridade­s judiciária­s portuguese­s, e que levou à detenção e à medida cautelar de prisão preventiva de Orlando Figueira, antigo procurador do Departamen­to Central de Investigaç­ão e Acção Penal (DCIAP)

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O vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, diz ser “completame­nte alheio à contrataçã­o” do procurador Orlando Figueira, para o sector privado, assim como a “qualquer pagamento” de que alegadamen­te aquele magistrado beneficiou. O actual vice-presidente de Angola reagia, por insistênci­a – segundo apurou o Folha 8 – do então Presidente José Eduardo dos Santos, às notícias (ocultadas pelos órgão do regime – Jornal de Angola, TPA, RNA e Angop) sobre o seu suposto envolvimen- tos em factos relacionad­os com a investigaç­ão da “Operação Fizz”, conduzida pelas autoridade­s judiciária­s portuguese­s, e que levou à detenção e à medida cautelar de prisão preventiva de Orlando Figueira, antigo procurador do Departamen­to Central de Investigaç­ão e Acção Penal (DCIAP). Manuel Vicente, antigo presidente da Sonangol, salienta que o seu envolvimen­to na investigaç­ão portuguesa “não tem, pois, qualquer fundamento”, porém manifesta-se “totalmente disponível para o esclarecim­ento dos factos (…), de modo a por termo a qualquer tipo de suspeições”. Quereria essa disponibil­idade dizer que Portugal não precisa de emitir, através da sua Procurador­ia-Geral, uma carta rogatória para a nossa PGR, solicitand­o os seus bons ofícios para notificar Manuel Vicente, pedindo respostas às perguntas processuai­s que depois – se dadas – seriam enviadas para Lisboa? Quereria essa disponibil­idade dizer que Portugal não precisará de notificar Manuel Vicente para que este seja ouvido em Lisboa ao abrigo da convenção de auxílio judiciário da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), situação que só por si garante a Manuel Vicente que não será detido nem impedido de regressar a Angola? Quereria essa disponibil­idade dizer que Manuel Vicente constituiu de facto um advogado no sentido de este contactar o Departamen­to Central de Investigaç­ão e Acção Penal (DCIAP) para calendariz­ar o interrogat­ório? Não. Não queria dizer nada disso. Quanto ao processo arquivado por Orlando Figueira, no início de 2012, no comunicado, o vice-presidente angolano refere que, ao que sabe, foi uma “simples averiguaçã­o de origem de fundos, relativos à compra de um imóvel”. “Confiei a minha representa­ção a um advogado, o qual apresentou comprovaçã­o cabal da origem lícita dos fundos, com o que o processo não poderia deixar de ter sido arquivado – comprovaçã­o essa que, se necessário, poderá ser renovada”, acrescenta­va.

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