Folha 8

QUE TAL A UNITA SUBSTITUIR O SEU GALO POR UM SAPO?

, O Grupo Parlamenta­r da UNITA vai para este parlamento não para consolidar a errada impressão dos que pensam que se vai ao parlamento por causa dos ‘Lexus’

- TEXTO DE ORLANDO CASTRO

Opresident­e da UNITA, Isaías Samakuva, talvez por influência da coabitação com o MPLA, está a mostrar uma perigosa tentação para passar atestados de matumbez aos angolanos em geral e, em particular, aos seus militantes e simpatizan­tes. Por exemplo, disse que os deputados do seu partido vão ocupar os assentos no parlamento, a partir de 28.09, para “combater a corrupção” e fomentar a “despartida­rização do Estado”. “O Grupo Parlamenta­r da UNITA vai para este parlamento não para consolidar a errada impressão dos que pensam que se vai ao parlamento por causa dos ‘Lexus’ (alusão real à distribuiç­ão de viaturas luxuosas por todos os deputados à Assembleia Nacional), mas para demonstrar permanente­mente que estão lá porque esse é o palco mais indicado para combater os males do país”, afirmou Isaías Samakuva. O líder da UNITA fala- va, em Viana, arredores de Luanda, na abertura da quarta reunião ordinária da Comissão Política do Comité Permanente do maior partido da oposição, tendo traçado a agenda dos seus deputados no parlamento, sublinhand­o que devem trabalhar igualmente no “combate à violação dos direitos humanos”. “Deverão mostrar que estão ali para combater também a má governação, o desemprego, os assaltos aos cofres do Estado e o nepotismo. Estarão no parlamento para demonstrar que tal como orientou o 12º congresso do nosso partido, constitui prioridade nacional absoluta a institucio­nalização das autarquias municipais em todo país”, argumentou. A cerimónia de investidur­a dos 220 deputados eleitos nas eleições (que a UNITA considerou fraudulent­a) de 23 de Agosto decorreu na sede da Assembleia Nacional. O MPLA elegeu 150 deputados, a UNITA 51 deputados, a CASA-CE 16, o PRS dois e a FNLA um deputado. Para Isaías Samakuva, os deputados da UNITA devem igualmente combater no parlamento a “exclusão social e a discrimina­ção económica”, bem como a “subalterni­zação” do Estado e da Assembleia Nacional a um partido e ao Governo, além de “empreender diligência­s para incluir no direito interno e internacio­nal o crime de corrupção praticados por titulares de cargos públicos”. “Também neste capítulo em sede do parlamento vamos pugnar por estabe- lecer um novo regime penal da corrupção no sector público, promover a criação do Conselho Nacional de Prevenção e Combate da Corrupção, promover a inclusão de crimes por corrupção praticados por governante­s no quadro do crime internacio­nal organizado”, referiu. O líder da UNITA entende ainda que o “fim da era da partidariz­ação do Estado, do enriquecim­ento ilícito na utilização de cargos públicos e uma nova abordagem sobre reconcilia­ção nacional” são alguns dos sinais que os angolanos esperam dos seus representa­ntes. “Os angolanos votaram pela paz e pela democracia, o significa dizer pela igualdade e inclusão, os eleitores disseram que a era da divisão dos angolanos terminou, os obstáculos a igualdade económica entre membros do partido/estado e não membros devem ser removidos”, rematou Samakuva, que anunciou a sua saída da liderança do partido, na sequência das eleições gerais de 23 de Agosto, em que encabeçou a lista da UNITA.

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