MBANZA KONGO, PALCO DA AMARGA VITÓRIA CRISTÃ
(REPOSIÇÃO)
Quando os Portugueses,« chegaram ao reino do Kongo, nos bastidores da banga cortesã do poder instituído, medraram dissensões terríveis nas disputas entre rivais, pontuadas por uma guerra entre os dois possíveis sucessores do rei Nzinga a Nkuvu, o seu filho Mvemba a Nzinga, já cristianizado, e Mpangu a Kitimu, seu primo/irmão, herdeiro natural do trono segundo a lei banto e defensor das tradições ancestrais. Venceu o cristão Mvemba, no decorrer de um cerco a Mbanza Kongo em 1507. Assim começou a longa tragédia da história do grande reino do Kongo e dos congoleses, com um rei cristão inteiramente submetido aos Portugueses e às suas humilhações, as suas vidas destroçadas por uma escravatura galopante e as pelas suas dissensões internas numa bipolarização do poder político e da estrutura social. De um lado, milhões de súbditos indigentes a viver ao deus-dará, do outro, os Senhores, a Corte Real, os cortesãos com os seus parentes próximos e afastados, amigos e amigos dos amigos, clero incompatível com as suas tradições, muitos militares com patente e esclavagistas com acesso aos corredores da riqueza e à dilapidação de todas a riquezas do reino. Mbanza Kongo foi-se definhando a pouco e pouco, no século XVII e início do XVIII, foi palco de uma sangrenta luta pelo poder que durou quase um século… e foi só Kimpa Vita aparecer para transformar a cidade em tabernáculo de uma “drôle”de religião. Mbanza Kongo foi, por assim dizer, ignorada pelo Portugueses. Hoje, enfim, vai certamente poder renascer. Foi há mais de 500 anos e parece que estamos a falar da Angola de hoje. Quo vadis JLO?