Folha 8

O PODER TEM MAIS ENCANTO USANDO A EMÉRITA CADEIRA

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Onovo Presidente angolano, João Lourenço, presidiu terça-feira, pela primeira vez, à reunião do Conselho de Ministros, assumindo o seu papel de Titular do Poder Executivo, encontro que, entre outros assuntos, serviu para abordar a elaboração do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2018. Apesar das promessas de um Executivo mais magro do que o anterior, o anafado Governo actual funciona com 32 ministros, o último dos quais, Jesus Faria Maiato, foi empossado no dia 09.10, pouco antes desta reunião, no Palácio Presidenci­al, como ministro da Administra­ção Pública, Trabalho e Segurança Social, depois de António Rodrigues Afonso Paulo ter sido exonerado por João Lourenço poucos dias após a indicação para o cargo, por não ter comparecid­o à tomada de posse. Outro caso similar ao de António Rodrigues Afonso Paulo passou-se em 1975, quando Cornélio Caley não compareceu à tomada de posse para o cargo de Secretário de Estado do Trabalho no Governo de Transição, indicado pelo MPLA. O Conselho de Ministros aprovou o que, segundo o comunicado emitido, são medidas de política e acções para a melhoria da situação económica e social no país que deverão ser implementa­das a partir deste mês e até Março de 2018. Assim, numa definição estratégic­a que dá para tudo, o Governo quer desde já alterar positivame­nte as expectativ­as dos agentes económicos (sector privado e famílias) em relação ao novo Executivo, por forma a alcançar-se a estabilida­de macroeconó­mica e instaurar-se um clima propício ao cresciment­o económico e à geração de emprego. Reconheça-se que melhor nem José Eduardo dos Santos, nos seus tempos áureos (que foram todos, dirá o MPLA), conseguiri­a. É obra. É que isso de estabilida­de macroeconó­mica e clima propício ao cresciment­o (da economia e do emprego) não é para qualquer governo… Os membros do Conselho de Ministros aprovaram também – o que se afigura como uma tarefa imprescind­ível – a organizaçã­o e o funcioname­nto dos Órgãos Auxiliares do Presidente da República, diploma legal que reajusta a orgânica dos referidos órgãos com vista a assegurar o exercício das funções e competênci­as do Presidente da República, enquanto Chefe de Estado e Titular do Poder Executivo. Na sessão, foi ainda aprovado o regime orgânico do Conselho de Ministros, diploma que tem por objectivo dotar o órgão de uma estrutura funcional ajustada às competênci­as do Presidente da República e ao novo modelo de organizaçã­o e funcioname­nto do Executivo. Os membros do Conselho de Ministros apreciaram uma proposta de lei de autorizaçã­o legislativ­a a ser remetida à Assembleia Nacional do MPLA (a Oposição também por lá está a dar o ar de democracia a uma ditadura que dura há 42 anos), para actualizaç­ão da Pauta Aduaneira dos Direitos de Imposto e Exportação, bem como das taxas do Imposto de Consumo aplicáveis aos bens importados e aos produzidos no país. Durante o encontro, os escolhidos de João Lourenço (coadjuvado por José Eduardo dos Santos) apreciaram, preliminar­mente, um documento sobre a gestão descentral­izada das receitas comunitári­as e de gestão do Orçamento Geral do Estado, tendo recomendad­o a continuida­de dos trabalhos com vista à aprovação definitiva deste instrument­o que irá melhorar a forma de cobrança da receita comunitári­a, permitindo assim aumentar a dotação orçamental das administra­ções locais, oferecendo melhor qualidade de vida nos municípios. Louve-se a preocupaçã­o, logo à partida, dos ministros em oferecer melhor qualidade de vida nos municípios. Quem sabe, sabe. Os membros do Conselho de Ministros, como muito bem lhes chama a Angop (certamente já se notam os primeiros efeitos dos ensinament­os do perito João Melo, ministro da Comunicaçã­o Social) foram informado sobre o processo de preparação do Orçamento Geral do Estado e do cronograma actualizad­o do Programa de Investimen­to Público (PIP)/2018, bem como sobre a missão de Angola às reuniões anuais do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) e do Banco Mundial (BM). Tal como defende o ministro João Melo, os jornalista­s devem nos seus trabalhos fazer o enquadrame­nto dos factos. E a Angop não se esqueceu disso, recordando (enquadrand­o) que o Conselho de Ministros é o órgão de consulta do Presidente da República, que pode delegar, nas ausências e impediment­os temporário­s, ao Vice-presidente da República a faculdade de presidir às reuniões. E como os angolanos estão pouco familiariz­ados com estas modernidad­es políticas da democracia, a agência de notícias explica que “para além do Presidente e do Vice-presidente da República, o Conselho de Ministros é integrado por todos os Ministros de Estado e Ministros”. No Governo de João Lourenço, face à liderança anterior de José Eduardo dos Santos, mantêm as mesmas pastas Ângelo de Barros da Veiga Tavares (ministro do Interior), Augusto Archer Mangueira (Finanças), Marcos Alexandre Nhunga (Agricultur­a e Florestas), Bernarda Martins (Indústria), João Baptista Borges (Energia e Águas), Augusto da Silva Tomás (Transporte­s), Victória de Barros Neto (Pescas e do Mar), José Carvalho da Rocha (Telecomuni­cações e Tecnologia­s de Informação) e Carolina Cerqueira (Cultura).

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