E O FUNDO SOBERANO?
No início de 2016, o Ministério da Agricultura atribuiu a concessão de sete fazendas de larga escala ao FSDEA (Fundo Soberano de Angola), localizadas nas províncias do Bié, Kunene, Malange, Moxico, Kuando Kubango, Uíge e Zaire, num total de 72.000 hectares de perímetros agrícolas dedicados a produção de grãos, oleaginosas e arroz. O investimento agrícola permite aceder os mercados internacionais das “soft commodities”, reduzir a importação de alimentos e apoiar a diversificação económica nacional, impulsionando o agronegócio e a industrialização. Pelo facto de a agricultura empregar mais de metade da população angolana, financiar este ramo aumenta a renda das para as pessoas ao nível das bases e apoia o surgimento de novas oportunidades para o sector privado na cadeia agro-alimentar. “Os riscos e os ganhos devem ser bem doseados. O investimento na actividade agrícola oferece receitas estáveis e de longo prazo e diversifica as alocações em activos tradicionais presentes no portfólio. O aporte de 250 milhões de dólares previsto para este ramo pelo FSDEA deve-se a este propósito. A crescente classe média dos países emergentes, a subida dos níveis de rendimento e a expansão das zonas urbanizadas tende a aumentar a procura de alimentos e os preços das soft commodities. A longo prazo, o FSDEA e outros investidores deste ramo alcançarão elevadas receitas líquidas”, perspectivou José Filomeno dos Santos. Supostamente o FSDEA é um dos instrumentos do Executivo dedicado a capitalização do crescimento, ao desenvolvimento sustentável e redução da dependência da economia nacional no sector petrolífero. Em Setembro de 2016, tal como o seu colega das Finanças, também o ministro da Agricultura, Marcos Nhunga, descobriu a pólvora que, por sua vez, fora inventada pelo seu antecessor, Afonso Pedro Canga. Então, como grande novidade, Marcos Nhunga, apelava à participação activa dos intervenientes no sector agrário para o processo de diversificação da economia, tendo em vista melhorar as condições de vida da população. Originalidade não faltava, como não falta hoje. O ministro da Agricultura, ao falar na cerimónia da sua apresentação, disse que o facto de o país estar a atravessar um momento de crise financeira, precisa-se buscar força e inteligência para concretizar os objec- tivos que o país se propõe, a criação das melhores condições de vida. De acordo com o governante, deve-se prestar atenção especial a todos os quadros desta área e moralizá-los, de modo a trabalhar mais para o cumprimento dos objectivos traçados. Marcos Nhunga disse que deve haver maior motivação a nível dos quadros do Ministério, um diálogo interno e permanente nos órgãos internos, assim como com os empresários, para que todos se revejam nos programas deste sector, disse, referindo ainda que o sector da agricultura é chamado para arranjar soluções, apelando, aos membros do Ministério a não se aproveitarem das respectivas funções para a resolução de problemas pessoais.
O sector da agricultura é chamado para arranjar soluções, apelando, aos membros do Ministério a não se aproveitarem das respectivas funções para a resolução de problemas pessoais