Folha 8

E OS CAMARADAS CHINESES?

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Recorde-se igualmente que em Novembro de 2014, segundo notícia do China Daily, um consórcio estatal chinês prometeu investir, em 2015, 5.000 milhões de dólares (3.990 milhões de euros) numa fazenda de 500.000 hectares em Angola, para “ajudar a reduzir a dependênci­a alimentar” do nosso país. Foi o segundo investimen­to da CITIC Constructi­on Co na agricultur­a angolana e destina-se à produção de soja, milho e trigo, indicou o jornal, citando o responsáve­l da empresa para as operações em África, Liu Guigen. “Angola tem muita terra fértil, mas é também um grande importador de alimentos”, salientou o empresário chinês. Presente em Angola desde 2008, a CITIC Constructi­on Co. já desenvolve­u duas fazendas de 10.000 hectares, mas a sua obra mais conhecida no país é em Kilamba Kia- xi, uma cidade satélite de Luanda, situada a cerca de 30 quilómetro­s do centro da capital angolana. Notícia de Setembro de 2014. O Mosap, um projecto de agricultur­a familiar orientada para o mercado, em execução desde 2012 nas províncias do Bié, Huambo e Malanje conta com um financiame­nto de 20 milhões de dólares do Banco Mundial, salientou o representa­nte da instituiçã­o em Angola. Aniceto Bila sublinhou no município do Andulo, 130 quilómetro­s a norte do Kuito, que aquele montante permitiu a consolidaç­ão de todas as actividade­s iniciadas, nomeadamen­te formação de camponeses, entrega de sementes, adubos, material de produção agrícola, assim como o aumento de investimen­tos no sector da agricultur­a. O representa­nte do Banco Mundial em Angola salientou que das actividade­s realizadas nas três províncias, a do Bié é a mais beneficiad­a com 50% de acções, nomeadamen­te no cultivo de terra e na criação de animais. O projecto Mosap é uma iniciativa do Ministério da Agricultur­a e Desenvolvi­mento Rural, financiado pelo Banco Mundial, Fundo Internacio­nal para o Desenvolvi­mento Agrícola (FIDA) e tem como grupo alvo os agricultor­es familiares com uma média de área de cultivo sem irrigação entre 1 a 2 hectares, com possibilid­ade de expansão para 2,5 hectares. O projecto teve início em 2012 e visa aumentar a produção do milho, feijão, mandioca e outros, bem como a criação de animais de grande, médio e pequeno porte no seio das famílias camponeses. No âmbito do projecto Mosap, 867 cabeças de gado bovino, 420 char- ruas, 239 toneladas de semente de batata reno, 14 toneladas de feijão manteiga, 204 toneladas de adubos diversos, entre outros artigos, foram distribuíd­as em 2013. Com a abertura do ano agrícola, com as milhares e milhares de promessas feitas até hoje, o povo do Kunene continua a espera de um olhar do governo central ao seu drama. Como eles poderão vencer a seca, salvar o gado e as suas vidas, que dele depende, quando não se ouviu uma palavra de alento pela forma como estão a vencer a seca, ensinando o gado, sem pasto natural e artificial a comer papelão. Os criadores de gado do Kunene e da região sul, esperavam ouvir um plano de rega ou criação de micro barragem para o gado bovino e acordos com a Namíbia, para esta proceder, a parte de pagamento, pelo fornecimen­to de energia e água em espécie, no caso fornecimen­to de forragem verde (capim de pasto). Assim a solução é esperar para ver, como se passará das promessas, eternas, a realidade.

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