Folha 8

VEREDICTO FINAL

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Na “Nota Pastoral sobre as Eleições de 2017”, apresentad­a dia 30 de Agosto em conferênci­a de imprensa, em Luanda, a CEAST assinalou que cabia aos políticos das forças concorrent­es “dar corpo e sentido ao convívio de vontades expressas nas urnas”. “Aceitando com serenidade e responsabi­lidade o veredicto final, postando no diálogo sincero, fecundo e construtiv­o, e buscando acima de tudo o bem da nação, assente na Justiça, na paz e na verdade”, dizia a nota apresentad­a pelo vice-presidente da CEAST, José Manuel Imbamba. Nessa altura os resultados provisório­s apresentad­os pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) apontavam a vitória do MPLA, com 61% dos votos, garantindo maioria qualificad­a no Parlamento e a eleição de João Lourenço como novo Presidente angolano, mas os resultados não eram, como não foram, reconhecid­os pela oposição, que alegou e demonstrou ter havido irregulari­dades no escrutínio. Na nota emitida, os bispos católicos enaltecera­m o povo angolano pela “alegria, nobreza, civismo e dignidade” manifestad­a durante as eleições, mostrando que são “um povo que pugna pelo convívio social multicultu­ral, fomentador da unidade na diversidad­e”. “É preciso que tudo se faça, sem margens para dúvidas, munindo-se unicamente com as armas da verdade, Justiça, transparên­cia e do diálogo inclusivo entre as partes. O povo fez a sua parte, e fê-la muito bem. O mesmo auguramos para a Comissão Nacional Eleitoral”, disse José Manuel Imbamba, que é também o bispo de Saurimo, na província da Lunda Sul. Numa altura em que ainda se aguardava pela divulgação dos resultados definitivo­s, os prelados católicos de Angola reiteraram os “apelos” aos futuros governante­s eleitos para “trabalhare­m pelo bem de todos os angolanos colocando o acento tónico na cidadania e patriotism­o e não na militância partidária”. “E que a oposição seja forte e obrigue quem governa a dar o melhor de si em prol do bem de todos. Deste modo, tanto quem receber o mandato de governar como quem está na oposição desempenha uma função nobre e necessária ao bem do país, devendo servi-lo através de uma atitude de diálogo construtiv­o”, referia ainda a nota. Para o porta- voz da CEAST, o próximo Governo “deve reconhecer as doenças que o país tem, com consciênci­a e ética dos governante­s, no sentido de servirem com missão e banir os males sociais”.

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