FMI: RECEITAS PARA TODOS OS (DES)GOSTOS DO CLIENTE
OFundo Monetário Internacional (FMI) previu esta semana que a economia de Angola tenha sofrido uma recessão de 0,7% do Produto Interno Bruto, revendo também a previsão de crescimento, este ano, de 1,3% para 1,5%. Estas previsões batem sempre certo. São sempre do tipo sim, não, talvez. Nas Previsões Económicas Mundiais, divulgado em Washington, os economistas do FMI antecipam que, no ano passado, Angola tenha sofrido um crescimento negativo de 0,7%, o que contrasta com a previsão actual do executivo de Angola, que aponta oficialmente para um crescimento de 1,1% em 2016 e de 2,1% este ano. O Instituto Nacional de Estatísticas de Angola ainda não divulgou os dados relativamente ao último trimestre do ano passado, mas de acordo com o Boletim do Produto Interno Bruto Trimestral, no primeiro trimestre do ano passado, a economia de Angola registou, sempre face ao período homólogo, um crescimento de -1,9%, a que se somou uma nova contracção de 7,8% e, finalmente, um recuo de 4,3% na riqueza produzida no país no terceiro trimestre, o que dá uma média de 4,7% nesses nove meses. No documento, o FMI diz que “o crescimento para 2017 foi revisto em alta, de 1,3% em Abril, para 1,5% agora, porque uma revisão à produção petrolífera em 2016 aumentou a magnitude da recuperação esperada”. O FMI, de resto, diz que a perspectiva de evolução económica para os países importadores de petróleo “é, de uma forma geral, melhor [do que nas previsões de Abril], com uma taxa de crescimento agregada de 3,9% em 2017, aumentando para 4,4% em 2018”. Sobre a inflação, o último aspecto a que os técnicos do FMI se referem no que diz respeito a Angola, a previsão é que a subida dos preços “se mantenha elevada, com uma taxa de dois dígitos, reflectindo os persistentes efeitos dos choques inflacionários do passado que resultam das fortes depreciações da moeda, bem como o aumento dos preços da electricidade e dos combustíveis”. Assim, os preços deverão aumentar 30,9% em Angola este ano, descendo para 20,6% em 2018, depois de em 2016 os preços terem subido 32,4%, segundo o FMI.