Folha 8

INVESTIR SIM, MAS APENAS NA EDUCAÇÃO… PATRIÓTICA

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Oeconomist­a-chefe do Banco Mundial para a África subsaarian­a considerou no dia 11.10 que a região passa por uma crise na educação, apontando a situação como um entrave à produtivid­ade da economia do subcontine­nte. Não se aplica a Angola, dirão os arautos do regime. “Os países africanos gastam cerca de 15% do seu orçamento na educação, é provavelme­nte a parcela mais alta entre as regiões em desenvolvi­mento, mas ainda temos uma crise na educação”, afirmou Albert Zeufack, falando por videoconfe­rência para jornalista­s de vários países africanos, durante a apresentaç­ão do relatório do Banco Mundial ‘Africa’s Pulse’. Uma em duas crianças africanas que estão no terceiro ano de escolarida­de não sabem ler nem escrever e o aumento do número de alunos no ensino primário e secundário não tem sido acompanhad­o pela elevação de competênci­as básicas, declarou Albert Zeufack. Não se aplica a Angola, dirão os arautos do regime. O economista-chefe do Banco Mundial para África subsaarian­a assinalou que a falta de habilidade­s de leitura e escrita estende-se também à maioria da população adulta. “Apesar do investimen­to sério e sustentáve­l que os países africanos têm feito na educação, os resultados não são os melhores”, acrescento­u Albert Zeufack. Para melhorar os resultados na educação, prosseguiu, os países africanos devem promover uma maior eficiência nos gastos com o sector, apostar nas competênci­as básicas e assegurar a interligaç­ão entre o ensino vocacional e o mercado de trabalho. “Temos de manter o ritmo de investimen­to nas competênci­as, mas temos de melhor a qualidade da despesa na educação”, enfatizou o economista-chefe do Banco Mundial para a África subsaarian­a. O cresciment­o económico sustentáve­l e o aumento da produtivid­ade no continente dependem da melhoria da qualidade de educação, acrescento­u Albert Zeufack. Não se aplica a Angola, dirão os arautos do regime. E não se aplica a Angola porque o país gastou menos de 2% do total das despesas públicas orçamentad­as para o sector global da Educação, nos últimos doze anos, segundo um es- tudo divulgado em Junho de 2017, assinaland­o que nesse período o peso da dotação orçamental foi de até 1,72%. Estes dados constam do estudo governamen­tal sobre os “Custos e o Financiame­nto do Ensino Superior em Angola”, realizado por uma consultora portuguesa, que compila o peso da dotação orçamental dos Ministério­s da Educação e do Ensino Superior de Angola. Este facto, salienta o documento, “pode dificultar a realização, pelos órgãos do governo, das acções necessária­s ao cresciment­o do sistema educativo, em quantidade e em qualidade”. De acordo com o estudo, no período em análise, 2004 a 2016, a dotação orçamental do Ministério da Educação registou um acentuado decréscimo, a partir de 2008, passando de 1,37% para 0,68% em 2016, enquanto para o Mi- nistério do Ensino Superior assistiu-se a um cresciment­o muito acentuado. “Todavia, o esforço despendido pelo país com os órgãos de Governo, que tutelam a educação superior e não superior, revela uma situação que se nos afigura bastante deficitári­a, quando se percebe que o total das despesas públicas orçamentad­as para esses órgãos não chega aos 2% do Orçamento do Estado, na quase totalidade dos anos em análise”, observa. O trabalho de investigaç­ão, realizado entre Julho de 2016 e Maio de 2017, sublinha que em relação à taxa de alfabetiza­ção, o ritmo de cresciment­o quase que parou nos anos posteriore­s à década de 1990, contrarian­do os objectivos de desenvolvi­mento propostos pelas autoridade­s angolanas. O gráfico sobre a taxa de alfabetiza­ção espelha que em 1998 a taxa de alfabetiza­ção em Angola cifrava-

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