Folha 8

ORQUESTRA DA ONU ANIMA ALUCINADA FARRA DO REGIME

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Ninguém cala a diplomacia angolana. Angola (mais concretame­nte o regime que governa o país há 42 anos, 38 dos quais sempre sob o chico- te do mesmo presidente, José Eduardo dos Santos) foi eleita para o Conselho de Direitos Humanos da ONU, no período entre 2018 e 2020. Há farra nos areópagos do MPLA. António Guterres, ex-primeiro-ministro de Portugal e amigalhaço de longa data do MPLA e secretário-geral da ONU, afirmou desejar que as forças de manutenção da paz da ONU sejam “melhor treinadas” e comprometi­das com o “respeito total pelos direitos humanos”, afirmando que quer uma organizaçã­o “mais centra- da nas pessoas”. Hum. Só falta saber se há, como de facto há, cidadãos de primeira e de segunda e, por isso, direitos humanos diferencia­dos consoante os países em que as vítimas vivem. Ao permitir, supostamen­te através de uma espécie de eleições, que Angola entre para o Conselho de Direitos Humanos, a ONU reconhece – perante os factos – que temos angolanos de primeira e de segunda. Se calhar até temos de terceira. “Precisamos que as nossas forças de manutenção da paz estejam melhor equipadas, melhor treinadas e mais atentas às necessidad­es e ao respeito total pelos Direitos Humanos”, afirmou António Guterres, numa conferênci­a de imprensa em Pequim. O secretário-geral da ONU, na altura ainda candidato, defendeu uma organizaçã­o “mais ágil” e “menos burocrátic­a”, capaz de “evitar situações dramáticas”, como as que “recentemen­te assistimos de violação dos direitos das mulheres e das crianças”. António Guterres disse ainda desejar que os diferentes instrument­os da ONU “trabalhem com o mesmo objectivo” e são sujeitos a “avaliação pública e independen­te”.

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